Na última quarta-feira (5), um vídeo nas redes sociais chamou a atenção: um Airbus da Latam, voo 3142 vindo de Congonhas, pousou às 16h26 no Aeroporto Internacional de Navegantes em um ângulo pouco habitual, de lado. A cena intrigou curiosos, mas, segundo o gerente do aeroporto, Wilson Rocha, o chamado “pouso caranguejo” é mais comum do que se imagina.
O nome pode soar curioso, mas o conceito é simples: quando o vento sopra com força e em direção diferente da proa ( nariz ) da aeronave, o piloto ajusta o avião de modo que ele avance “de lado” em relação à pista, como um caranguejo. Esse movimento permite que o avião compense a força do vento cruzado (crosswind) e alinhe suavemente no momento do toque no solo.
Na quarta-feira, rajadas de vento chegaram a 36 nós (cerca de 67 km/h) por volta de 15h30, situação que exige atenção, mas ainda dentro dos parâmetros seguros da operação aérea. “O piloto recebe as informações do vento e, com base na performance da aeronave e nos limites previstos, decide se é seguro pousar”, explica Wilson Rocha, gerente do Aeroporto Internacional de Navegantes.
Além disso, vale destacar que as condições de vento podem variar entre a superfície e as camadas mais altas, o que faz com que o avião, ao se aproximar, corrija seu ângulo de forma dinâmica. Mesmo parecendo ‘estranho’ para quem vê de fora, esse procedimento é parte dos treinamentos dos pilotos.
Apesar de chamar a atenção de quem vê, o “pouso caranguejo” nada mais é do que a aviação fazendo o que faz de melhor: operar com precisão, mesmo com a natureza soprando forte.
E da próxima vez que um avião pousar meio de ladinho, lembre-se: está tudo sob controle ou, no caso, na ponta dos dedos do piloto.


