Em um ano eleitoral, nada mais oportuno que se reportar aos partidos políticos que, a rigor, são ou deveriam ser organizações cujo objetivo é o de agregar cidadãos que comungam de um mesmo ideal e por ele lutar.
Como seria bom se assim o fosse.
Na realidade, o sistema partidário brasileiro, salvo raríssimas exceções, é de um mercenarismo de causar inveja à Legião Estrangeira, tamanho o jogo de interesses envolvido, sem qualquer tipo de comprometimento com programas ou ideologias.
Das amarras do bipartidarismo à oxigenação do pluripartidarismo, não soube o Brasil, embora todos os instrumentos disponibilizados, desde o Fundo Partidário à divulgação gratuita – pelo rádio e televisão – de suas doutrinas filosóficas e políticas, desenvolver uma prática política que despertasse o envolvimento da sociedade na busca de ações efetivas para a solução de seus problemas.
Neste contexto, dispensável dizer que sobram partidos e inexistem idéias. São tantas as letrinhas que é mais coerente recorrer à pessoa que ao partido. Afinal, por que partido, se na frente estes se coligam uns com os outros para, na defesa de interesses corporativos, criarem o que chamam de “bancada” ou “frente parlamentar”.
E desta estrutura político/partidária, obviamente, não podem surgir lideres que venham representar a sociedade com idealismo e dignidade, dois substantivos em falta no meio político.
Não há, pois, como isentar de responsabilidade os partidos políticos pela descrença que o brasileiro sente por aqueles que os representam e que insistem naquela enfadonha e moderníssima proposta que, muito provavelmente, alguém já a tenha dito na velha Republica, e que diz: “Saúde”, “Educação”, “Segurança” e, bravo, a “casa própria”.
Carlos Roberto de Oliveira é empresário e motorista