Difícil conciliar uma alegria circunstancial – proporcionada por um evento esportivo – com a cruel realidade de um país que teima em não querer assumir sua maioridade com a responsabilidade que deveria fazê-lo, comportando-se como um eterno adolescente que incapaz de dimensionar as consequências de seus equívocos, simplesmente os transfere para alguém em algum momento resolvê-los.
Nada contra as olimpíadas, mas tudo contra sua realização no Brasil.
O país não deveria ter pleiteado sediá-la, tantas são suas carências cujas soluções se arrastam pelo tempo.
O que se espera disto tudo é que, mais amadurecida, a sociedade brasileira se porte de forma mais participativa e incisiva na cobrança de ações que visem, sem retórica, tornar o Brasil definitivamente um país do presente, contestando a máxima de que não é sério.
Já com relação à Olimpíada, os jogos estão acontecendo, o Estado do Rio de Janeiro e a cidade do Rio de Janeiro foram os grandes beneficiários dos investimentos efetuados e que contou, logicamente, com recursos do Governo Federal.
Neste aspecto, e mais especificamente quanto ao legado da RIO 2016 – este é o nome – o que esperar, após seu término, de benefícios às outras unidades federativas, incluindo-se seus municípios, mais diretamente no que corresponde ao usufruto de sua estrutura para a formação de mais atletas brasileiros que, embora não tendo o samba no pé, pedem passagem com seu carimbó, frevo, frevo, baião, milonga, vanerão, xote, fandango, xaxado e outros ritmos, para quem sabe, e dentro do espírito olímpico, aumentar o pífio rendimento do Brasil nos jogos propriamente ditos.
Carlos Roberto de Oliveira, é empresário e motorista