Buenos Aires apresenta as novas caras, misturas e gerações do tango

Graças a jovens nomes e novos estilos, o dos por cuatro argentino, o tradicional tango, continua sendo uma das maiores atrações turísticas de Buenos Aires. E agosto é o mês ideal para residentes, turistas, adultos e crianças aproveitarem gratuitamente, até o dia 21 de agosto, mais de 200 atividades e 2 mil artistas de diferentes gerações e estilos, como Jairo, Gabo Ferro, Escalandrum, Raúl Lavié e Amelita Baltar.

O Festival Mundial de Tango tem atrações como um circuito de Pólos Tangueros em vários bairros, várias homenagens ao aniversário de 50 anos do lançamento do icônico tango “Balada para un loco”, o Mundial de Baile e o microfone aberto para que todos possam cantar e ser protagonistas do Festival.

Entre muitos shows tradicionais, o Festival apresentará várias mesclas musicais para estimular o desenvolvimento do gênero e a chegada dele a novos públicos. Por exemplo, na Usina del Arte, o Quinteto Negro La Boca, referência musical do bairro de mesmo nome e da nova guarda do tango, faz um espetáculo de cruzamentos urbanos e estéticos entre dança e poesia. O ciclo Jazzology, criado pelo músico Carlos Inzillo, exibe uma proposta original e única. Pablo Aslan, baixista e arranjador argentino residente em Nova York, dirige um quinteto solo que interpreta o álbum Piazzolla no Brooklyn, que resgata um LP de Piazzolla gravado nos Estados Unidos em 1959, “The Latin Rhythms”, uma fusão de tango e jazz.

Há vários anos, o tango vem se atualizando e isso permite que os mais jovens se vejam estimulados a conhecer esse clássico de Buenos Aires.

 

Os novos estilos:

• Tango eletrônico: através do popular Gotan Project, essa vertente fez com que a música de Buenos Aires atingisse áreas antes impensáveis como as discotecas. Talvez o mais representativo do que acontece hoje com o gênero esteja em duas propostas muito diferentes do mesmo artista. Gustavo Santaolalla, lendário músico argentino de rock que foi guitarrista do grupo Arco Iris e atualmente é produtor de discos, que revolucionou o mundo do tango com seu BAJO FONDO TANGO CLUB, uma proposta de tango  eletrônico que se transformou um sucesso internacional.

• Orquestras: Se por um lado, existe o apelo pela modernização do ritmo, por outro lado, há uma reivindicação da Orquestra Típica, formação lendária de tango que executava um tango com excelência para ser bailado. Entre elas, cabe mencionar as orquestras El Arranque, Vale Tango, Fernández Fierro, a Orquestra Sans Souci e a Rodolfo Mederos, que depois de experimentar a nova sonoridade do tango, propõem o retorno dele às origens.

• Tango instrumental: Quanto ao tango instrumental, há toda uma geração propondo uma nova sonoridade sem perder a genuinidade do tango, grandes talentos jovens muito procurado como arranjadores como Cristian Zárate (piano), César Angeleri (guitarra), Pablo Mainetti (bandoneon ), Pablo Agri (violino), Julian Vat (flauta e saxofone), Andrés Linetzky (piano) e Nicolás Ledesma (piano), entre os mais proeminentes.

• Novas vozes: As novas vozes do gênero como Esteban Riera, Cardeal Dominguez, Noelia Moncada, Verónika Silva (que era a voz do Gotan Project e agora apresenta seu repertório de tangos clássicos), Roxana Fontan (que foi a primeira cantora argentina a se apresentar no Kremlin russo, com uma voz única e incrível), entre outros.

 Tango fusión: destacam-se nessa vertente o “Colonizados”, uma fusão entre tango e sons cubanos; “La chicana” (que propõe tangos próprios com influências musicais), “Pablo Porcelli Ensemble”, uma proposta de jazz no tango; e a Orquestra de Pequenos Reincidentes, uma proposta urbana de rock com tango, além de Juan Carlos Cáceres, músico argentino radicado em Paris com sua proposta de “Tango Negro”, uma fusão de tangos, cadombes e milongas no resgate da origem negra do tango.

Jovens Destaques

Há cada vez mais jovens que dedicam suas vidas ao tango. Aqui estão alguns exemplos inspiradores de dançarinos argentinos:

• Carla Rossi (30) e José Luis Salvo (32) se conheceram dançando em Palermo e hoje são os campeões mundiais de Tango pista. Ela, pequena e tímida, é filha de Carlos Rossi e nasceu cercada de tangueros. Ele é da província de Rio Negro e treinou primeiro no folclore até descobrir a paixão pelo tango e viajar para Buenos Aires deixando tudo para trás. Eles dançam juntos há 3 anos e mostram que, mesmo oriundos de dois mundos diferentes, formam um casal explosivo.

• Emmanuel Ángel Casal e Yanina Muzyka ficaram em terceiro lugar no pódio da Copa do Mundo de Tango de 2018 (atrás de um casal russo e colombiano).

• Hugo Mastrolorenzo e Agustina Vignau, da Los Polvorines, venceram o Campeonato Mundial de 2016 na categoria “Cenário Tango”, protagonizando um empolgante encerramento de competição no Luna Park. Com trajes que se distinguiam do resto, os casais do centro-norte dos subúrbios de Buenos Aires foram os únicos que usaram elementos e dançaram com uma gaiola que tinha um balão vermelho no interior que foi lançado no final de um número que provocou aplausos intensos do público.

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