Como se movem os food trucks?

No último fim de semana rolou o Festival de Churros em Londrina e dezenas de food trucks se reuniram no estacionamento do Shopping Boulevard para comercializar suas delícias. O Autos Papos aproveitou esta reunião para conhecer alguns tipos de veículos usados pelos comerciantes para movimentar seus negócios – literalmente. O que deve ser levado em conta na hora da escolha? Thais Macarini, sócia proprietária da Seu Churros, resume: “Tem que ser um veículo de bom motor e boa potência (para aguentar o peso)”.

No caso da Seu Churros, apenas a cozinha pesa 2 toneladas, por isso, há um cuidado especial dos proprietários também com os pneus utilizados, para evitar transtornos na estrada. “A gente só usa pneus 12 lonas para suportar o peso do baú”, conta Thais.

Criada há quase um ano e meio, a Seu Churros possui três trucks circulando pelo País: um Iveco Daily Chassi-Cabine, que eles trouxeram para Londrina, um Renault Master e um Mercedes-Benz Caio Atilis, caminhão-furgão lançado no mercado brasileiro em 2007.

O Iveco é equipado com motor três litros com tecnologia EGR (Recirculação dos Gases de Exaustão, em inglês), que dispensa o uso do Arla-32. Sistema de injeção eletrônica common-rail e intercooler são outras tecnologias incorporadas pelo motor, segundo detalhes fornecidos pela marca.

Com tração traseira e equipado com câmbio manual de 6 marchas, o Daily oferece duas opções de motorização com potências de 146 cv ou 170 cv a 3.500 rpm e 35,7 kgfm ou 45,7 kgfm de torque, sempre a 1.250 rpm.

Robustez

O Iveco Daily Chassi-Cabine também foi a escolha dos proprietários da Paraty Hamburgueria, de Amparo (SP), para montar seu food truck. Um dos sócios, Rodrigo Petean, diz que entrou em contato com os fabricantes sabendo que precisava de um veículo robusto, que aguentasse o peso do box, e o primeiro passo foi descartar os trucks de tração dianteira.

“Tração dianteira já deve ser descartado de cara, porque, dependendo do morro que você vai subir ele patina, não sobe”, diz Petean. “Para mim, que gosto bastante de veículo, Mercedes-Benz é sensacional, mas o Iveco me chamou a atenção pelo fato de ser um pouco mais robusto, ter essa associação com caminhoneiro”, compara.

O food truck da Paraty Hamburgueria se diferencia dos demais pelo fato de ter o box separado do truck, e não sobre ele, durante o evento. Na hora do transporte, o box vira uma caixa que é levada – aí sim – sobre o caminhão. A montagem é toda automática, acionada por meio de controle remoto.

“É tudo automatizado, com controle remoto, o box vira uma caixa. Ele tem quatro pés hidráulicos, a gente levanta, alinha o caminhão e desço ele em cima. É o mesmo sistema desses caminhões container que descem para o porto de Santos, mas em menor porte”.

O sistema é desenvolvido por uma empresa de São Paulo e custou cerca de R$ 350 mil, excluindo os R$ 90 mil do caminhão. Toda a estrutura pesa cerca de 7 toneladas, de acordo com pesagem feita em um evento recente em Belo Horizonte, diz Petean.

Trailer

Os food trucks também podem ser montados sobre pick-ups, kombis e vans – veja matéria que fizemos em 2015 – ou, ainda, nos estilosos trailers. Esta foi a opção do proprietário da Churros Ostentação, de Jundiaí (SP), Ricardo Bernardes do Nascimento. Dono de duas Towner que comercializam churros em pontos específicos da cidade ele decidiu aderir ao trailer para ampliar o negócio.

“Optei pelo trailer para diversificar mais os sabores, porque já tem como colocar geladeira. E tem também a praticidade de ser puxado pelo carro”, ressalta. Com o trailer, sobra espaço no carro para transportar mais pessoas e tem também a facilidade de não precisar de táxi para se locomover nas cidades onde ocorrem os eventos.

Nascimento diz que o trailer veio carregado de Jundiaí para Londrina pesando 990 kg, mas que, independentemente de estar cheio ou vazio, é preciso circular como veículo pesado nas rodovias, respeitando os limites de velocidade para esta categoria. “Hoje um pneu estourou no meio do caminho, mas parecia que eu estava adivinhando, tinha o estepe no carro”, conta o empresário.

Há um mês, Nascimento adquiriu uma Renault Duster para puxar o trailer. Até então, ele viajava com um Uno. Apesar do maior conforto do SUV, ele lamenta ter perdido a economia do compacto da Fiat. “Rodei 2.200 km com o Uno em um final de semana e gastei 600 reais de gasolina; com a Duster gastei 400 reais para rodar 520 km”, compara.

Cecília França

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