Seguindo a mesma trajetória de itens de segurança como air bags e freios ABS, o controle de estabilidade (ESP) está prestes a se tornar obrigatório nos carros novos vendidos no Brasil. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamentou o assunto nas Resoluções 567, de 16 de dezembro de 2015, e 641, de 14 de dezembro de 2016.
Segundo o texto da Resolução 567, que abrange os carros de passeio, a obrigatoriedade do ESP se dará em duas etapas. Para todos os modelos (nacionais ou importados) homologados e lançados no País de 2016 em diante, a oferta do item passará a ser exigida em 1º de janeiro de 2020.
A primeira trata dos veículos das categorias M1 (transporte de passageiros, com até oito lugares, além do motorista), que inclui carros de passeio, e N1 (transporte de cargas, com peso de até 3,5 toneladas).
Na segunda etapa, a partir de 1º de janeiro de 2022, o ESP será obrigatório também nas unidades zero-km de modelos que já haviam sido lançados antes do início de 2016.
O Controle Eletrônico de Estabilidade tem como função corrigir a trajetória do veículo, o que pode acontecer em várias situações.
Com o equipamento instalado, o risco de perder o controle é bem menor. Uma série de sensores e atuadores assumem automaticamente itens como o acelerador e o freio para colocar o automóvel novamente no percurso correto.
Os nomes mais conhecidos do Controle Eletrônico de Estabilidade são:
ESP – Electronic Stability Program;
VDC – Vehicle Dynamic Control;
VSA – Vehicle Stability Assist;
VSC – Vehicle Stability Control;
VSE – Vehicle Stability Enhancement;
PSM – Porsche Stability Management.
Na prática para entender como acontece o funcionamento do ESP, temos a situação do motorista está dirigindo tranquilo e, de repente, surge um obstáculo na pista.
Ele precisa mudar de faixa rapidamente para não bater. Ao fazer isso, a traseira do veículo tende a derrapar, e essa manobra pode acabar num acidente. Além disso, se estiver perto demais, é possível que o carro não vire rápido o suficiente.
Nesse momento, o equipamento percebe o problema e assume o controle, freando algumas rodas separadamente e de forma controlada. Em alguns casos, chega a controlar até a aceleração. Ao final, o automóvel realiza a trajetória sem oferecer qualquer perigo.
O Controle Eletrônico de Estabilidade é composto basicamente de duas partes: hardware e software. A primeira são os atuadores, sensores, unidade de controle e outros componentes.
Já o software é bem semelhante ao sistema operacional de um smartphone, só que com muito mais recursos. Ele monitora os sensores e, com base nas informações que recebe e envia comandos aos atuadores para corrigir a trajetória do carro. Dentre os principais componentes, podemos destacar:
• modulador hidráulico: é instalado entre o cilindro mestre e os cilindros das rodas. Usa solenoides e outras peças para controlar a pressão hidráulica de forma independente;
• sensor de velocidade da roda: mede a rotação de cada roda individualmente;
• sensor do ângulo da direção: informa a posição do volante;
• sensor yaw: monitora se o veículo está com alguma tendência a dar uma “guinada”, girando sobre o próprio eixo, quando está numa curva ou com excesso de potência;
• atuadores: são responsáveis por ativar e desativar os sistemas de freio e aceleração;
• unidade eletrônica de controle: é o “cérebro” do sistema, responsável por analisar as informações dos sensores e enviar os comandos aos atuadores.
Embora o Controle Eletrônico de Estabilidade seja oferecido principalmente nas versões mais completas, a tecnologia que já tem data marcada para tornar-se obrigatória no Brasil, revela como a tecnologia pode contribuir para veículos mais seguros e vidas em segurança.
Vídeo adicional Z https://youtu.be/akiyRph7ubY