Deformação controlada – Participamos de um crash test

A engenharia brasileira avança para dominar cada vez mais o processo construtivo do automóvel. Semana passada acompanhamos de perto a inauguração do Safety Center, no Polo Automotivo da Fiat em Betim.

Espaço moderno dedicado a segurança veicular, integrante do Centro de Pesquisa & Desenvolvimento Giovanni Agnelli, trata-se da peça que faltava para a FCA Latam atingir a autonomia completa para projetar um veículo do início ao fim.

O Safety Center conta com uma área de 7.600 m² e pista de 130 metros, com capacidade de realização de testes de impacto de até 4 toneladas a 100 km/h.

Simulando uma grande variedade de situações, as provas físicas realizadas no local avaliam a estrutura do automóvel, a calibração dos airbags e os sistemas de retenção dos ocupantes.

Outro aspecto importante do novo centro é que ele está interligado a toda a cadeia de desenvolvimento de produtos, desde a fase de conceito, passando pelas simulações virtuais, até chegar às provas físicas de desenvolvimento e homologação e ao início da produção do novo veículo.

O auxílio da realidade virtual, por exemplo, faz com que o desenvolvimento de veículos ganhe em precisão e economia com protótipos, já que só é produzido um modelo real depois de complexas análises em 3D.

Toda essa modernidade revela a evolução da segurança e dos testes para garantir o menor efeito de um acidente sobre os ocupantes e a estrutura do automóvel.A capacidade de deformação controlada é uma das principais variáveis a ser verificada durante um crash test, oportunidade para comparar as simulações do mundo virtual com o real.


Durante a inauguração do Safety Center, a imprensa foi convidada a acompanhar um teste de impacto frontal com a picape Fiat Toro 2.4 automática contra uma barreira rígida.


O veículo saiu da inércia e atingiu a barreira na velocidade de 48,3 km/h com a presença de dummies no interior do veículo.


Após o impacto é possível acompanhar e validar muitas requisições do automóvel. Por exemplo, verificar se toda a deformação da estrutura ocorreu conforme o projeto e suas definições de comportamento planejado, como também quais os danos para “motorista” e “passageiro”.

A instrumentação aplicada ao veículo de teste permite que vários sensores forneçam uma infinidade de dados para comparação e análise do comportamento do veículo com um todo.
Como a energia não se perde, ela se transforma ou se dissipa, um crash test é um evento que permite analisar como a energia do impacto é absorvida pelo veículo e também por seus ocupantes.


Em caso de colisão o carro sofre uma deformação calculada, amassando mais e protegendo os usuários internos no habitáculo.


Aquela velha impressão que se tinha quando se fala de carros antigos “aquilo sim é que era lata forte”, ou “hoje os carros são fracos, qualquer batidinha se desmancham todo” é pura ignorância técnica.


Ao se deformarem controladamente, os carros atuais estão dissipando a energia do impacto, protegendo os passageiros. É comum se ver acidentes sérios em que os carros envolvidos fiquem quase irreconhecíveis e os motoristas possam sair andando pela porta, sem nada sério.


Através do crash test, a indústria automobilística busca aprimorar o sistema de segurança dos carros, como os airbags, por exemplo.


Outro ponto importante avaliado no crash test é o travamento do cinto de segurança. Ele age exatamente como um dispositivo de absorção da energia do passageiro, evitando assim que ele se choque com outras partes do carro.
Como o cinto é um dispositivo “elástico”, suas fibras têm grande capacidade de absorção de energia e, por esta razão, não causam danos graves ao passageiro.

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