O mercado de autopeças brasileiro é altamente fragmentado, com centenas de fabricantes e milhares de distribuidores e varejistas. Esta divisão torna a cadeia de suprimentos complexa, especialmente pela falta de padronização e compatibilidade das peças. Encontrar e utilizar informações precisas para garantir que o consumidor receba a peça correta com a aplicação esperada é um desafio significativo.
A transição de processos analógicos para digitais exige um esforço enorme para integrar e padronizar dados em toda a cadeia de suprimentos, desde a fabricação até a entrega ao consumidor final. “Além disso, a adaptação à tecnologia demanda investimentos em infraestrutura e treinamento, o que pode ser um obstáculo para empresas menores ou mais tradicionais. A Mecanizou, por exemplo, está na vanguarda dessa transição, utilizando tecnologias avançadas para enfrentar esses desafios e simplificar a complexidade do mercado de autopeças”, afirma Ian Faria, CEO da Mecanizou, startup que conecta oficinas mecânicas a fornecedores de peças automotivas.
Entretanto, a adoção de tecnologias digitais na indústria de autopeças enfrenta várias barreiras. Com mais de 150 milhões de peças únicas no mercado e baixa padronização de informações, a aplicação e os detalhes técnicos de cada peça são complexos de gerenciar. A falta de padronização e a dificuldade de acesso aos dados técnicos de várias marcas dificultam a digitalização eficiente do mercado. Isso resulta em uma baixa adesão à digitalização por parte dos distribuidores, que muitas vezes não têm clareza sobre as possibilidades de uso das peças. Empresas, como a Mecanizou, estão superando essas barreiras ao basear suas operações totalmente em tecnologia, oferecendo um serviço robusto e eficiente, que resolve o desafio de aplicação de peças, amplitude de portfólio e alto nível de serviço em um único canal.
A digitalização está ajudando a otimizar a cadeia de suprimentos e a logística na indústria de autopeças. A multicanalidade, onde varejistas se conectam a parceiros tecnológicos, permite uma melhor absorção e compreensão dos dados, facilitando a gestão da demanda, precificação e aplicação do portfólio. Canais digitais de acesso direto a informações das fábricas e suporte online também têm se disseminado, embora ainda haja um longo caminho a percorrer para uma integração completa.
Há, claro, a chegada de tendências digitais para o setor das autopeças. Tecnologias como Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning têm a capacidade de acelerar a digitalização do mercado, resultando em um aumento do portfólio disponível, redução no tempo de entrega, melhor gestão de estoques e maior precisão na aplicação das peças. Além disso, tecnologias emergentes como a Internet das Coisas (IoT) e blockchain também estão começando a ser exploradas para melhorar a rastreabilidade e a transparência na cadeia de suprimentos, proporcionando um nível sem precedentes de controle e eficiência operacional.
“Os players que adotarem essas tecnologias rapidamente obterão vantagens significativas no mercado automotivo, potencialmente transformando a participação dos atuais competidores”, salienta o CEO da Mecanizou.
Mesmo com os desafios da digitalização, de acordo com a Sondagem Especial Indústria 4.0 de 2022, pesquisa Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor automotivo é o que adota maior variedade de tecnologias digitais.