Invariavelmente, toda manhã tomava seu café da manhã naquele estabelecimento cujo cheiro que se esparramava pelo ar sugeria o alimento sagrado do pão.
Juntamente com ele, mas em mesas separadas, um grupo de pessoas, não mais que quatro, igualmente fazia o mesmo.
E desta mesa não faltava o uso da palavra que fluía aos borbotões.
Embora restritos à conversação entre eles, impossível não ouvir o que falavam, tão alto o tom de voz.
E neste aspecto residia a frustração de quem obrigado a ouvi-los, pois, contrariando Mario Quintana, que, muito provavelmente de forma carinhosa, quando se manifestou dizendo que não entendia como a mulher arrumava tanta falta de assunto para falar, essa colocação bem que cabia aquele grupo falante, mesmo porque ali só se ouvia a falta total de assunto que fosse minimamente suportável para um início de dia, especialmente para quem queria inicia-lo de uma forma que não lembrasse o trivial.
Salvava-se o pão e o café com leite e quem se mantinha em silêncio.
Carlos Roberto de Oliveira