É uma narrativa, louvável, por sinal, onde o mérito está em mostrar a determinação e o envolvimento de uma gente, liderada por alguns abnegados, cujo objetivo foi o de criar uma identidade de sua comunidade pela magia do samba.
E tudo isto dentro de um contexto anárquico democrático.
Dos personagens notáveis lembrados, não poderiam faltar, obviamente, Cartola, Carlos Cachaça, Nelson Sargento, Nelson Cavaquinho, entre outros, porém, um mereceu a atenção maior, pelo carisma e espírito comunitário, e até então pouco conhecido, principalmente de quem fora da terra do samba, o Rio de Janeiro, seu nome Devanir Ferreira, o Tantinho.
E é dele uma frase emblemática que traz certo desalento, e melancolia quando ao se referi à sua Mangueira atual diz: “A Mangueira já não é mais nossa, só nós é que continuamos sendo mangueira”.
E nada melhor para homenageá-lo que uma composição de Carlos Cachaça, da ala dos compositores da Escola, quando diz:
Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo
Alvorada
Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
E o que me resta é tão pouco
Ou quase nada, do que ir assim, vagando
Nesta estrada perdida..
Por Carlos Oliveira, empresário e motorista