Confira a entrevista:
Sobre Rodas – Você se prepara para ser candidato a prefeito?
Paulo Mac Donald – Sou um pré-candidato. Estou preparando um grande programa de governo, aproveitando minha experiência de oito anos. Fui o segundo que mais ficou prefeito em Foz do Iguaçu. Fui o primeiro reeleito. Acho que conheço como poucos a realidade da cidade. Consegui muito nesses primeiros governos em termos de saúde, educação, habitação e distrito industrial. Acho que deixei a cidade equipada.
Esse segundo governo, que seria um terceiro, quero transformar essa cidade com uma infraestrutura imensa. Apesar de não depender da prefeitura diretamente, sei onde bater para buscar a perimetral, começar o Beira Foz, duplicar a Rodovia das Cataratas. A cidade precisa de um recape total. Agora será a hora de cuidar dos rios. Quero trabalhar para que as crianças voltem a nadar no rio.
Quero baixar a tarifa de transporte público. Estudei exemplos no mundo sobre transporte público. E, lógico, a saúde. Precisamos ter uma saúde digna. Precisamos ter um hospital de qualidade para a população de Foz.
Vou aumentar o ensino infantil. Vamos fazer uma revolução na educação. Estudei muito. Tenho vários companheiros, como a Joane Vilella, ex-secretária de Educação. Com ela, voltaremos a ser a melhor educação do Brasil. Vamos ser parceiros da Unila. Não adianta querer trabalhar a Unila inteira. Vamos terminar por etapa. Está tudo começado e nada terminado. Vamos fazer por partes.
Estarei focado no centro cívico. Infelizmente perdemos o terreno, mas vou buscar novamente. São 130 mil metros para fazer o prédio novo da prefeitura, nova câmara, nova biblioteca e talvez o teatro municipal com uma grande praça no meio.
SR – Qual foi seu grande legado e em que pecou?
PM – Não pequei, mas estabeleci prioridades. Construímos 15 postos de saúde, duas unidades de pronto atendimento (UPAs) e um hospital. O SAMU foi implantado na minha gestão, bem com o laboratório.
Reformei 42 escolas. Construímos um novo padrão de escola que são os centros de convivência. Além de ensino, diversão, entretenimento, cultura e merenda com qualidade.
Conseguimos viabilizar o distrito industrial. Hoje há dezenas de empresas no local. Na época, as principais avenidas da cidade estavam esburacadas, mas refizemos a malha da cidade.
As prioridades foram feitas, agora teremos outras. A educação é coisa interessante. Os grandes filósofos dizem que o mais importante é fazer a pergunta certa. Precisamos despertar nas crianças essa curiosidade. Quero incluir no currículo a matéria chamada Curiosidade. Queremos que elas questionem.
SR – Nestes três anos fora da prefeitura, o que vem fazendo? Estudando para fazer uma nova gestão?
PM – Você nunca se desliga. Nestes anos viajei muito, em vários países do mundo. Em todos, a minha preocupação era buscar o que poderia ser trazido para Foz do Iguaçu.
SR – Em março serão definidas as filiações partidárias. Isso delineará o cenário?
PM – Estamos montando nossa chapa de vereadores com curso de formação intensa. Eles vão aprender detalhes da gestão pública. O vereador é quem faz as leis. Todo mundo precisa seguir o que ele escreve ou faz. Ele precisa estar pronto e capacitado.
Vamos começar um movimento contra terceirizar a saúde de Foz. Não podemos permitir. A rodoviária daria um lucro de R$ 250 a R$ 300 mil/mês. Mas será terceirizada. Também sou contra.
SR – E quanto aos processos?
PM – Eles são frutos de interpretações errôneas das leis. Tenho um grupo de advogados trabalhando. Segundo eles, eu devo tocar minha campanha e deixar esses processos nas mãos deles. Sei que não fiz nada de errado.
SR – Se você está no jogo, ele é um. Se você sair, será outro?
PM – Eu estou no jogo. Nossos eleitores não vão entrar em qualquer aventura, querem um bom governo. Se o destino me aprontar algo, meu candidato é o deputado estadual Chico ou o Jorge Samek, da Itaipu. O Chico Brasileiro é nosso companheiro. Eu não sou insubstituível.
Turismo
SR – Em relação aos bons números do turismo, qual a sua opinião?
PM – Essa cidade nunca foi tão divulgada como no nosso governo. Agora estamos colhendo os frutos. Em 2011 ganhamos como as “7 Maravilhas da Natureza”. Os X Games foram vistos no mundo todo. O Museu de Cera, o Parque das Aves… E sei que outras alternativas para o turismo virão. Quando assumi, muitos hotéis estavam fechados. Muitos, além de abrirem, ampliaram. A cidade estava desacreditada.
SR – Hoje se fala muito no mosquito Aedes aegypti. Você acha que ele pode afastar os turistas?
PM – Fomos manchetes nacionais três vezes. Quando veio a Gripe A, determinamos dar o Tamiflu na hora, antes até de fazer exames. Fomos criticados no início, mas, depois, elogiados. Quando teve ameaça de epidemia de dengue, mobilizamos a cidade inteira durante cinco dias às 21h. Todos estavam com os 80 mil sprays que ganhamos. Naquele ano, acabamos com a dengue. Hoje, a dengue voltou ainda mais forte. Você acha que um turista alemão, argentino, francês vai querer vir para Foz? Para o turismo é fundamental acabar com o mosquito. Para recuperar a imagem é muito difícil.
Hospital
SR – O Hospital Municipal Padre Germano Lauck é grande. Dizem que seria por isso a dificuldade para mantê-lo?
PM – Quem diz isso é ignorante, não tem a mínima noção de gestão pública. Operamos ele durante seis anos. O custo era de R$ 3,5 milhões por mês. Hoje, praticamente dobrou e funciona apenas metade.