A feirinha da JK, um dos pontos mais movimentados de Foz do Iguaçu aos domingos, foi palco de uma mobilização contra o tráfico humano, neste último (31). Para chamar a atenção da população sobre o crime, uma das atividades ilícitas mais lucrativas do mundo, atrás apenas do contrabando de armas e do tráfico de drogas, voluntários usaram cartazes e fizeram uma performance teatral no local, pela manhã.
A encenação marcou o encerramento da programação alusiva ao Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, em 30 de julho, e as atividades da 3ª Semana Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, na cidade. Por estar localizada numa área de fronteira, Foz do Iguaçu é uma das rotas usadas pelos criminosos para o tráfico de pessoas.
Segundo a coordenadora da ação, Alana Lacerda, a ideia era mostrar para a população que o tráfico humano existe e está mais próximo do que se imagina e, com isso, incentivar a denúncia. “Quanto mais conscientização das pessoas, menos chances para os aliciadores”, disse.
Atividade marcou o encerramento da programação alusiva ao Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
Como acontece
As principais vítimas, as mulheres, são enganadas com promessas falsas e acabam sendo levadas para a escravidão sexual. A rota é usada para o tráfico de argentinas a Santa Catarina, brasileiras ao Paraguai e travessia de paraguaias que são levadas para a Espanha.
Focos
O tráfico humano, além da prostituição, tem também como focos a comercialização de órgãos e trabalho escravo.
Não para por aí
A ação na Feirinha foi resultado de uma parceria entre o Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente (PPCA), da Itaipu, Movimento Imersão, Jocum – Jovens Com Uma Missão, Cáritas Diocesana, Conselho da Mulher, Ciranda Feminista, Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Estado do Paraná, Unioeste e Uniamérica.
“Outras encenações semelhantes serão realizadas nos pontos de grande circulação de pessoas na cidade, como Aeroporto e Cataratas do Iguaçu”, adiantou Maria Emília Medeiros de Souza, coordenadora do PPCA.
Subnotificação
De acordo com coordenadora do núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Estado, Silvia Cristina Xavier, pelo menos 40 inquéritos de tráfico de pessoas foram instaurados pela Secretaria da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos do Paraná. Isso sem contar os casos subnotificados. Ela foi uma das participantes do 3º Seminário Trinacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, realizado em Foz do Iguaçu.
Não se cale, denuncie
Para denunciar casos e situações de tráfico humano no Brasil, podem ser utilizadas duas centrais de apoio; o Disque 100 (Violação de Direitos Humanos) e o número 180 (Central de Atendimento à Mulher).
Fonte: Assessoria