Faltou Onix no mercado

Acompanhem comigo os números de emplacamentos do Onix de janeiro a março deste ano: 16.058, 12.797 e 12.918. Na coluna anterior, chamei a atenção para estes números e para a queda na distância entre o Onix e os principais concorrentes – Ka e HB20 – no ranking de vendas, sugerindo uma suposta retração de mercado do modelo da Chevrolet.

Em números, esta retração foi real. Em janeiro, o Onix emplacou 8,4 mil unidades a mais que o Ka, segundo colocado; em fevereiro, a diferença caiu para 5,4 mil unidades em relação ao HB20 (lembram que ele e o Ka ficam se alternando na segunda posição?); em março a diferença para o modelo da Ford foi de 2,8 mil.

Porém, a queda do Onix parece ter sido ocasionada unicamente por ele mesmo, como me disse ontem o Gerente de Marketing de Produto da GM Mercosul, Rogério Sasaki. “Vocês devem ter visto na mídia que a gente teve uma parada de fábrica prevista em São Caetano do Sul (SP), ou seja, está faltando Onix”.

Rogério Sasaki, ontem, em Londrina

 

Sasaki esteve ontem no estande da Chevrolet (concessionária Metronorte) na abertura da ExpoLondrina 2018. A parada de cinco semanas a que ele se refere atingiu, ainda, as fábricas de Gravataí (RS) – de onde também saem Onix e Prisma – e de Joinville, que produz motores e cabeçotes. A produção do Onix ficou afetada durante duas semanas do mês de fevereiro e quase todo o mês de março, já que as atividades foram retomadas no dia 26 deste mês.

Com isso, os estoques foram consumidos e os concorrentes se aproximaram. “Nesse momento (a queda nas vendas) é uma limitação de produção, por conta de todos os investimentos que a gente anunciou que está fazendo”, diz Sasaki. As paradas foram feitas para inserir nas plantas conceitos da indústria 4.0 e fazem parte de um pacote de investimentos de R$ 4,5 bilhões anunciado pela GM para o período de 2014 a 2020.

“Uma marca líder sempre é ameaçada por todos e isso é saudável. Mas a gente está aí na liderança, como carro mais vendido não só do Brasil, mas da América do Sul”, afirma Sasaki, com a tranquilidade de quem está certo da retomada imediata dos patamares de vendas.

Falando nisso

Falando em ranking de vendas, o mês de março trouxe um movimento interessante. A grande surpresa ficou com o segmento mais visado do mercado atualmente, o dos SUVs, que tem novo líder: o Kicks. Com 5.532 emplacamentos, o SUV compacto da Nissan superou o Honda HR-V e até mesmo o Jeep Compass, líder em vendas em 2017. No acumulado do ano, os três modelos estão na casa dos 12 mil emplacamentos, mostrando que a briga vai ser boa.

 

O Chevrolet Prisma recuperou vendas e subiu da 9ª posição em fevereiro para a 4ª em março. O novo Polo continua com o posto de Volkswagen mais vendido do País, mas saiu do top 5, caindo da 4ª para a 6ª colocação em março.

Sedãs compactos

O Virtus, novo sedã da VW, dá sinais de estar sedimentando uma liderança no segmento, deixando para trás a dupla Chevrolet Cobalt e Honda City. O estreante emplacou mais de 3 mil unidades no mês enquanto os outros dois ficaram na casa dos 1,2 mil e 1,5 mil, respectivamente.

O Cronos, da Fiat, emplacou o mesmo montante que o Honda City, porém, uma vez que está oficialmente concorrendo no segmento de sedãs pequenos – liderado pelo Prisma e bem mais volumoso – e que ainda não teve mês cheio de vendas, foi apenas o 7º do segmento.

Acumulado

Os números acumulados dos três primeiros meses do ano mostram que será difícil para qualquer concorrente bater a liderança do Onix, que soma mais de 41 mil emplacamentos enquanto Ka e HB20 estão na casa dos 24 mil, disputando unidade a unidade.

Considerando que a tendência do trimestre se confirme, o novo Polo caminha para superar, definitivamente, o Gol em vendas. Ele ocupa a 4ª colocação no ano, com cerca de 1,5 mil unidades a mais que o irmão. O lançamento da VW é seguido de perto pelo Prisma, que busca se manter no top 5.

A Renault também deve estar satisfeita com o desempenho do Kwid, que está mostrando agora a que veio. O compacto com pinta de SUV ocupa uma honrosa 8ª posição no trimestre.

Já Mobi e Argo continuam com desempenhos aquém de suas possibilidades (ao menos o Argo, que talvez mereça uma revisão de preços), fazendo com que a Strada seja o único Fiat no top 10.

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