Etanol é fator estratégico do Brasil, afirma diretor da Chrysler

Pela primeira vez em 40 anos, as cadeias de produção de veículos e de agroenergia convergem seus esforços para o desenvolvimento tecnológico  de soluções conjuntas, políticas e normas de longo prazo para aumentar a eficiência energética e reduzir as emissões de CO2 vinculadas à mobilidade. “Este é um fato novo e importante, que pode ser decisivo para o Brasil alcançar as metas de redução de emissões de CO2  assumidas internacionalmente pelo país”, afirmou o engenheiro João Irineu Medeiros, diretor de Assuntos Regulatórios e Compliance da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para a América Latina, durante sua participação no Ethanol Summit, em São Paulo.

Organizado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e realizado a cada dois anos, o Ethanol Summit é um dos principais eventos do mundo voltados para as energias renováveis, particularmente o etanol e os produtos derivados da cana-de-açúcar. O encontro reúne empresários, autoridades, pesquisadores, investidores, fornecedores e acadêmicos do Brasil e do exterior.

João Irineu recordou que o Brasil assumiu o compromisso na Conferência do Clima de Paris, a Cop 21, de reduzir suas emissões de CO2 em 43% até 2030 em relação aos níveis de 2005. “Os biocombustíveis e a frota brasileira de veículos flexfuel têm um papel decisivo nesta estratégia de redução do CO2”, disse. No entanto, o Brasil ainda não definiu o percurso da contribuição da indústria automobilística e de seus combustíveis para esta redução.

O horizonte brasileiro, estabelecido pelo programa Inovar Auto, fixou padrões para até 2020.  A nova legislação e limites de emissões para os próximos anos serão pactados no âmbito do programa Rota 2030, que o governo federal está debatendo com a indústria automotiva e toda a cadeia da mobilidade, que inclui a indústria de autopeças, produtores de combustíveis e outros.

Para João Irineu, uma opção para alcançar os objetivos que serão estabelecidos no programa Rota 2030 é o uso mais intensivo dos biocombustíveis na matriz energética da mobilidade, com ênfase para o etanol. “O Brasil tem quatro décadas de acúmulo de tecnologia na produção do etanol combustível e de veículos que o utilizam. Intensificar a opção pelo etanol é uma decisão inteligente, que leva em conta a imensa plataforma produtiva, logística e de distribuição já implantada no país”, destacou.

Quando considerado do campo à roda, o uso do etanol é altamente eficiente do ponto de vista de emissões. Isto porque a cana-de-açúcar em seu ciclo de desenvolvimento vegetal absorve o CO2 liberado na queima do etanol combustível. Por este critério, uma estratégia para atingir as metas pactadas para 2030 seria elevar a participação do etanol na matriz energética da mobilidade dos atuais  30% para 50%, o que significaria ampliar a produção de etanol dos atuais 28 bilhões de litros por ano para a faixa de 50 bilhões de litros anuais.

 

 

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