Expedição da Nissan visita o berço da exploração de diamantes no Brasil


No início do século XIX mais de 5 mil pessoas, vindas de várias partes do Brasil, moravam na Vila do Ventura interessados na exploração das pedras preciosas. “Era uma região tão produtiva, que na cidade de Lençóis Maranhense foi fundado um consulado francês. O diamante brasileiro tinha como principal destino a França”, disse arqueólogo, Carlos Etchevarne, professor da Universidade Federal da Bahia, que acompanha a expedição.

Entretanto, na década de 60, a atividade deixou de ser viável financeiramente, e os garimpeiros começaram a deixar a cidade. Sobrou apenas a família da Dona Ivonete de Jesus Bezerra e do Sr. Edinho Bezerra. “Quando viemos morar aqui o garimpo já estava acabando. E as pessoas estavam indo embora, mas nós ficamos. Criamos nossa família aqui. Vivemos basicamente da agricultura”, contou Dona Ivonete. E completou: “Estamos aqui levando a vida. Tenho a doença de chagas, não posso me esforçar muito e aqui é bem tranquilo”.

Muito diamante


Quem lembra com saudade da época de fartura é Dona Ana Alves, de 82 anos. Ela mora no Morro do Chapéu, mas foi à Vila do Ventura para ver a expedição da Nissan passar.
“As cidades da região se desenvolveram com o dinheiro do diamante. Pegaram muito diamante aqui”, relembrou.

Segundo Dona Ana, os avôs e tios contaram muita história para ela. Era uma região muito boa. Com muita fartura. Muito diferente de como está a Vila do Ventura hoje. Na época, tinham muitas casas, padarias, mercados, igrejas e até um teatro. Hoje, as poucas casas são utilizadas apenas nos finais de semana. “Aqui no centro tinha uma feira muito animada. Tinha de tudo”, contou. Dona Ana, lembrou que a cidade era dividida em duas partes, de um lado moravam as famílias e do outro, as “mulheres damas”. “As mulheres damas só podiam visitar a feira quando os casais já tinham ido embora”. E finalizou: “Acabou o diamante, acabou tudo”.

Sítios arqueológicos


O objetivo principal da expedição da Nissan, é fazer os jornalistas testarem a picape Frontier nos terrenos mais acidentados, mas também visitar os sítios arqueológicos da região.

Nessa terça-feira, o grupo visitou dois importantes painéis de pintura rupestre, todas pintadas muito antes da colonização do Brasil.
Na parte da manhã, os jornalistas subiram um morro de quase três quilômetros até chegar na Toca do Pepino, na Vila do Ventura. O nome do local foi uma homenagem a um dos fundadores da região, o italiano Joseph Gracia, que tinha o apelido de pepino.

O almoço foi num local também histórico. Foram 13 quilômetros de estrada de chão até chegar na  Fazendo do Agreste. Apesar da distância o visual compensa.

Na parte da tarde, a aventura continuou na Pedra do Boiadeiro, também um importante sítio arqueológico. No local é possível ver a diversidade das cores das pinturas. Diferente de outros locais, eles utilizavam três cores: vermelho (com o uso da pedra hematita), o amarelo (lemonita) e branco (egipcita).

A expedição segue nesta quarta-feira (25), na Chapada Diamantina.

Abilene Rodrigues

 

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