Fernanda Torres está indicada ao Oscar 2025 na categoria de Melhor Atriz pela sua atuação em Ainda Estou Aqui, de Walter Salles. Com isso, ela repete o feito de sua mãe, Fernanda Montenegro, que concorreu à estatueta por Central do Brasil, em 1999, mas acabou derrotada por Gwyneth Paltrow.
A tradicional seção “Anonymous Oscar Ballots” da revista Variety entrevistou votantes anônimos do Oscar, e alguns membros da Academia declararam ter escolhido a brasileira como Melhor Atriz.
Um dos votantes afirmou que, inicialmente, votaria em Mikey Madison por Anora, mas ao assistir Ainda Estou Aqui, mudou de opinião. “Vou marcar o nome de Torres, que tem o apelo clássico para o Oscar”, comentou. A votação terminou em 18 de fevereiro, e os vencedores serão revelados em 2 de março.
A possibilidade de Fernanda Torres conquistar o prêmio reacende a discussão sobre o papel da genética no talento artístico.
Talento pode ser herdado?
Os genes têm um papel enorme na nossa vida, mas até que ponto a genética influencia também no talento?
De acordo com o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, a herança genética tem um papel importante no desenvolvimento de habilidades.
“Nossos genes carregam informações que influenciam nossas capacidades cognitivas, habilidades manuais, artísticas e várias propensões, desde profissão, até vícios, por exemplo. Se um pai ou uma mãe tem uma habilidade muito desenvolvida, a probabilidade de que seus filhos também apresentem essa aptidão na mesma área também é muito alta”.
“No caso de Fernanda Torres, a conexão com a arte já estava presente em sua carga genética pelo que vemos de sua mãe, por exemplo, mas é importante reforçar que o meio também é importante para que essa predisposição se manifeste, apesar do percursor ser sempre genético”, explica.
O que é mais importante: Genética ou ambiente?
Inteligência, coordenação motora e criatividade têm fortes componentes hereditários, mas fatores externos, como ambiente familiar, estímulos e educação, são essenciais para que o talento se manifeste, a chamada “epigenética”.
“As predisposições do DNA também são influenciadas pelo estímulo, o ambiente em que a pessoa cresce pode potencializar ou inibir suas habilidades naturais”, afirma o neurocientista.
“Filhos de artistas, por exemplo, podem já nascer com predisposição para a atuação, mas sem um ambiente favorável, esse talento pode não se desenvolver completamente, já se ele cresce no mesmo ambiente, essa propensão se torna ainda maior”.
“Genes que expressam para maior habilidade, vai ser mais vantajoso quando fatores ambientais forem favoráveis”, explica Dr. Fabiano de Abreu Agrela.