As madrugadas em Ciudad de Leste, cidade paraguaia que faz divisa com Foz do Iguaçu, estão cada vez mais movimentadas.
São centenas de taxistas, donos de vans de turismo e motoristas em geral que atravessam a fronteira em busca de combustível mais barato. A diferença de preço chega a R$ 1,25. Ou seja, 33% mais barato. Essa prática já vem acontecendo há um ano. E a diferença já chegou a 40%.
O frentista de um posto no país vizinho disse que a procura no último ano aumentou mais de quatro vezes. “A maioria dos nossos clientes é brasileiro. Para evitar filas na ponte (Ponte da Amizade), veem abastecer a noite, mas aí, a fila acaba sendo no posto, mas os clientes dizem que vale a pena”, disse.
Já do lado brasileiro, o frentista contou que foi preciso se adequar à nova realidade. “Temos que oferecer um serviço diferenciado. Dar mais atenção ao cliente, pois pelo preço não ganhamos”, contou.
Mesmo oferecendo qualidade no atendimento, segundo o frentista brasileiro, a maioria dos motoristas que abastecem no Brasil é no cartão. “Quem tem dinheiro atravessa a fronteira”.
Sandro Oliveira é um dos que não abre mão de abastecer no país vizinho. “Eu e minha família gastamos em média um tanque por semana. No Paraguai pago R$ 150 por semana para encher o tanque. Se fosse aqui no Brasil, seriam R$ 228. No final do mês economizo mais de R$ 300. É uma boa diferença”.
Gasolina paraguaia
Sandro conta que muitos amigos deixaram de usar o combustível paraguaio porque o carro começava a falhar. A justificativa é que no Paraguai a gasolina não tem mistura de etanol como no Brasil.
O mecânico Alvaro Geron confirma que os carros brasileiros podem “grilar”, pois o combustível paraguaio é diferente utilizado no Brasil.