Itaipu batiza segunda geração de harpias reproduzidas em cativeiro

 

O batismo foi uma homenagem de Itaipu a duas instituições que colaboraram com a empresa no início do programa de reprodução: o Refúgio de Animais Silvestres GüiráOga, de Puerto Iguazú, Argentina, e a Fundação Jardim Zoológico, de Brasília (DF).

A cerimônia ocorreu no recinto das aves do RBV. A primeira ave batizada foi o filhote mais novo, neto do macho fundador do programa de reprodução. Ta’aromby, que significa esperança, em guarani, teve como padrinho Jorge Afonso, diretor do Refúgio de Animais Silvestres GüiráOga, de Puerto Iguazú.

Afonso foi quem acompanhou o avô de Ta´aromby desde a chegada da ave ao RBV, em 2000. “Estou muito emocionado por ver que nossa dedicação deu certo. Lembro-me do dia em que trouxemos a primeira harpia para o refúgio. Poderíamos ter cuidado dele, mas houve todo um trabalho para transformá-lo em reprodutor. Hoje batizo o neto, com 24 dias de vida”, disse Afonso.  

Kauane (gavião em guarani), com 315 dias de vida, foi batizada por Gerson Norberto, diretor-presidente da Fundação Jardim Zoológico de Brasília, que em 2002 enviou a avó do filhote, fêmea fundadora do projeto. Após o batismo, Kauane fez um voo pelo recinto, simbolizando o próximo passo do programa: devolver as aves à natureza.

“O papel do zoológico é mais que alimentar. É cuidar para que a espécie seja mantida. Este foi um trabalho de cooperação. Para nós não adiantava ter uma fêmea; e, para Itaipu, tampouco ter um macho. Juntos, hoje, temos uma família de harpias”, reforçou Norberto.

Reconhecimento

Para o superintendente de Gestão Ambiental de Itaipu, Ariel Scheffer da Silva, o batismo é uma forma de agradecer aos parceiros. Hoje, o programa de Itaipu é referência mundial, com 32 nascimentos. “Com a ajuda dessas duas instituições conseguimos reproduzir as aves, que são símbolos do Paraná, mas que estão ameaçadas de extinção”, disse.

“Estamos orgulhosos do nosso trabalho, pois a primeira harpia foi encontrada pela polícia. Poderia ter morrido, mas conseguimos resgatá-la e torná-la um reprodutor. Hoje temos os avós, filhos e netos e, quem sabe, em breve, os bisnetos”, afirmou o médico veterinário Wanderlei Moraes, de Itaipu.

Outros zoológicos também tentaram fazer a reprodução, sem sucesso. Há registros filhos e netos que nasceram em cativeiro apenas nos Estados Unidos e no Panamá.

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