Latinoware 2017 mostra como a robótica pode melhorar a educação

A falta da privacidade, a necessidade de cuidar da segurança digital, os males provocados pelo uso excessivo das redes sociais e a presença cada vez mais fortes dos Objetos Físicos Autônomos conectados à Internet, chamados de OiT – Internet das coisas – também foram extensamente debatidos no Congresso promovido pela Itaipu Binacional e pela Fundação Parque Tecnológico Itaipu (PTI).

 “Sempre tivemos robótica no Latinoware, mas este ano, conseguimos mostrar como ela pode ajudar a melhorar a educação tradicional e, ainda, preparar, as crianças para o futuro. Em breve, todos precisarão entender de programação”, Marcos Siriaco Martins, um dos coordenadores do evento.

Segundo o gerente de Tecnologia da Informação e Comunicação do PTI, Carlos Araújo, através da robótica é possível motivar as crianças a se interessarem em tecnologia. “Ela é transversal, não se restringe mais ao profissional de Tecnologia da Informação. Está em tudo. E começar a preparar as crianças para esse novo mundo é, sem dúvida, um das grandes missões do Latinoware”.

Na prática

Um dos exemplos que já está gerando frutos numa escola pública de Cascavel é o “Robótica Aloys”. Ele ensina matérias tradicionais como matemática e até português através da robótica. O projeto começou com a proposta de melhorar a frequência dos alunos nas aulas de reforço, mas acabou sendo incluído na grade curricular. “Precisávamos aumentar a participação e o interesse nas aulas, além de estimular o aprendizado. Lembramos de uma oficina de robótica do Latinoware, há alguns anos, e resolvemos colocá-la em pratica. E deu certo”, contou o instrutor Thiago Sodré. Desde que comecei a participar das atividades de robóticas, passei a gostar mais das aulas, até, das de matemática. Agora só tiro 100”, contou Mirian Alves, de 10 anos.

O “Jabuti Edu” é uma outra proposta. Depois de montado ele é acessado e operado, por um celular, computador ou notebook. Do próprio celular, alunos a partir de quatro anos conseguem aprender de forma lúdica matemática, português, programação, informações de transito, noção de direita e esquerda, idiomas e até fazer desenhos. E no “coração” do Jabuti, há um computador, com mais de 150 softwares educativos, que pode ser acessado até pela televisão. O manual e o todo o sistema operacional pode ser baixado, gratuitamente, do portal www.jabutiedu.org e, depois, impresso numa impressora 3D. Tudo não sai mais que R$ 1 mil.

OiTs e Segurança

A falta da privacidade, a necessidade de cuidar da segurança digital, os males provocados pelo uso excessivo das redes sociais e a presença cada vez mais fortes do OiT – Internet das coisas – também foram extensamente debatidos.

Os OiTs, por exemplo, estão desafiando a perícia forense a criar novos mecanismos para investigar ataques e crimes digitais. Até pouco tempo, as invasões ocorriam apenas através dos computadores, nos sistemas Windows e Linux, e a perícia sabia como investigar. Mas como, atualmente, mais de 23 bilhões de dispositivos em todo o mundo estão conectados na internet, e com seus sistemas próprios, a polícia estuda novas formas de investigar os crimes. E eles estão em todos os lugares, são relógios, torradeiras, lâmpadas, sapatos, carros, marcapassos, câmeras, babás eletrônicas, entre outros. Em 2020, serão 50 bilhões.

Privacidade?

Esses equipamentos que facilitam a vida no dia a dia, como uma babá eletrônica, por exemplo, acabam tirando a privacidade. Quem nunca pensou: “Esse computador está lendo meus pensamentos? Eu pensei em comprar um tênis e, agora, a todo momento aparece uma propaganda de tênis na minha tela”. Realmente está lendo, não pensamentos, mas todos os hábitos, desejos e rotinas. O detalhe é que o computador não lê sozinho. Ele apenas reúne uma série de dados revelados pelos usuários em diversos dispositivos eletrônicos utilizados no dia a dia. “A cada vez que você acessa um desses equipamentos, está criando um perfil. E de certa forma, sua rotina e seus hábitos e, às vezes, até o número de passos que deu num dia, se tornam públicos. E as grandes corporações utilizam esses dados à favor delas”, disse Christiane Borges, mestre em Engenharia da Computação.

Para garantir um pouco de segurança e evitar ataques de hackers e espionagem , o analista de sistemas do Serviço Federal de Processamento de Dados, SERPRO, Deivi Kuhn, incentivou o uso de Softwares Livre. Segundo ele, quando se utiliza um software livre, a pessoa ou a empresa é dona da informação. Ela sabe onde está sendo armazenada. Já no proprietário, os dados ficam escondidos e, ao mesmo tempo, abertos para o dono do software ou do governo aonde o servidor está lotado.

Um exemplo da fragilidade dos softwares proprietários, citado por Kuhn, foram os dados vazados por Edward Snowden, caso que ficou mundialmente conhecido. Até 2013, quando Snowden, ex servidor da CIA, divulgou informações sigilosas dos Estados Unidos e até conversas da ex-presidente Dilma Rousseff com seus principais assessores, todos tinham a sensação de privacidade.“Era apenas uma sensação de privacidade. Antes do Snowden muitas informações brasileiras já eram vazadas, frequentemente, da embaixada americana para o governo dos Estados Unidos. Claro, sempre em busca de vantagens”.

Ao vivo ou em 3D

Durante o Latinoware quem visitou o estande da Itaipu, na Trilha de Negócios, pode fazer um viagem pela usina de Itaipu sem sair do local. Os participantes fizeram um passeio em realidade virtual à hidrelétrica através de óculos de realidade virtual (VR, da sigla em inglês virtual reality). E quem optou por conhecer a Usina ao vivo, bem real, teve desconto. Os mais de 4,5 mil participantes do Latinoware tiveram desconto de 50% nas visitas aos atrativos do Complexo Turístico Itaipu.

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