A Prefeitura de Londrina lançou concorrência pública para a contratação de uma empresa especializada em engenharia de transportes, tráfego e planejamento urbano para realizar o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável do município. A abertura dos envelopes com as propostas dos concorrentes está marcada para o dia 20 de abril e o processo subsequente, até a assinatura do contrato, deve levar cerca de 45 dias.
O edital prevê um prazo de 14 meses para a execução dos projetos, que incluem a realização de diferentes pesquisas para apurar os hábitos de deslocamento da população. A pesquisa origem/destino, por exemplo, tem como finalidade saber quais são os meios de transporte utilizados pelos londrinenses, as distâncias percorridas, quais os trajetos feitos, se há transbordo ou integração entre ônibus ou veículos, entre outros detalhes. Outra pesquisa levantará dados em 50 pontos de entrada e saída da cidade.
“Esse levantamento é para observar o trânsito de passagem, das pessoas de outras cidades que atravessam Londrina a trabalho ou estudo, ou que são de Londrina e trabalham fora, entre outros casos. Vai investigar os hábitos de deslocamento da região metropolitana de Londrina”, aponta Denise Maria Ziober, diretora de Trânsito e Sistema Viário do Instituto de Pesquisa e Planejamento de Londrina (IPPUL).
Uma terceira pesquisa, de opinião, vai ouvir 1.500 pessoas para saber a qualidade dos serviços de transporte e trânsito e outras 600 entrevistas serão feitas com ciclistas em toda cidade, para obter informações sobre a malha cicloviária. “Nosso objetivo é tentar descobrir se as ciclovias estão adequadas, quais as principais dificuldades enfrentadas pelos ciclistas, receber críticas e sugestões necessárias para melhorar o sistema”, conta Denise.
A empresa vencedora da licitação também será responsável por um levantamento das condições do transporte coletivo urbano que, depois, subsidiará a licitação do serviço por parte do município. O prazo para a realização de todas as pesquisas é de 6 meses.
“Como são vários produtos, as etapas vão ser realizadas concomitantemente”, esclarece Denise.
Gargalos
As pesquisas devem apontar quais os principais entraves no trânsito de Londrina. Na opinião da diretora do IPPUL, a topografia da cidade explica muitos dos gargalos atuais.
“Londrina tem uma característica muito peculiar, ela é entrecortada por córregos, todos nascem no Oeste e correm para o Leste. O deslocamento Norte-Sul está cheio de topos de morro e fundos de vale. Os nossos fundos de vale são preservados, então, toda vez que tiver que cruzar, tem que fazer uma transposição, o que acaba acarretando em um afunilamento nas horas de rush“, detalha.
“Isso ocorre também pelo fato do município ser cortado pela BR-369, que forma gargalos grandes e onde ocorrem muitos acidentes com mortes. Se tivéssemos o Contorno Norte, que levaria o tráfego de cargas para fora, poderíamos fazer uma transposição em nível”, expõe Denise. Quanto à PR-445, que também corta a cidade, a recente duplicação solucionou parte das dificuldades de tráfego, de acordo com a diretora.
Legislação
A iniciativa municipal de realização de um Plano de Mobilidade Urbana atende à lei federal nº 12.587, de 2012, que instituiu as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. O prazo para a elaboração dos planos já havia se extinguido, mas Medida Provisória enviada pelo presidente Michel Temer o alongou até 2025.
Quem desejar conhecer o edital da concorrência municipal nº 003/2018 basta acessar a página de Licitações do Portal da Prefeitura de Londrina, por meio do link https://goo.gl/XBvgnP
Cecília França (com assessoria)