Março Mês da Mulher: Harleyras trazem no sangue o gosto pela liberdade

 

Conhecemos as duas pilotos em um evento das “Ladies” do Harley Owners Group (HOG) Londrina. Ambas têm histórias incríveis, que envolvem ousadia e superação, ao lado de suas motos.

Cláudia começou a frequentar o universo do motociclismo há 6 anos, acompanhando o marido, mas só começou a pilotar dois anos atrás. “É uma paixão que eu sempre tive, mas eu achava que pelo meu tamanho não daria”, conta.

Cláudia se incomodava com o fato de os eventos e viagens serem voltados apenas para os homens, afinal, as mulheres também gostam de moto. Tudo mudou a partir da chegada da concessionária da marca em Londrina, em 2015.

“Quando abriu a concessionária a gente veio, eu subi numa moto e alcancei o pé no chão. Eu falei ‘Eu alcanço!’”, relembra, revivendo a surpresa do momento. Decidida a pilotar, ela comprou uma Sportster 1200, moto muito esportiva, de motor forte, com a qual fez suas duas primeiras viagens: para Ribeirão Preto (SP) e Gravatal (SC).

“A moto que eu tinha as pessoas chamam de ‘burro chucro’, porque ela é muito bruta. Mesmo quem tem experiência diz que é muito difícil conseguir pilotar porque ela é arredia. É muito usada em corrida”. A característica da moto deixava as viagens cansativas, por isso, Cláudia decidiu trocar por um modelo mais macio e encontrou na Fat Boy o modelo ideal.

“Ela é softail, mais macia, 1700 cilindradas, mas muito gostosa tanto para estrada quanto para cidade. Andei um mês ou dois com ela para me adaptar e aí surgiu uma viagem para o Chile”, conta.

Cláudia e sua moto Fat Boy. Foto: Arquivo Pessoal

Aventura

Cláudia e o esposo fizeram a viagem de 6.500 km (ida e volta) em dezembro do ano passado, com outro casal de amigos e levando o filho de 15 anos. Eles viajaram por 14 dias, enfrentando chuva, calor e até neve, mas sem percalços com as motos. Veja no vídeo abaixo a paisagem que o grupo encontrou na Cordilheira dos Andes.

 Para o final do ano, o grupo já planeja outra aventura, desta vez, para o Ushuaia (Patagônia Argentina). “É viciante. Dizem que é como tatuagem, você faz uma e quer outra. Na moto, você está voltando de uma viagem planejando a próxima”.

 

Cláudia sabe que sua moto tem recursos limitados para uma viagem em que o clima é tão extremo, mas não tem planos de trocá-la. “Minha moto é sem recursos, mas eu adoro e acho que vou com ela mesmo”, diz a aventureira.

Ouça no vídeo abaixo o que significa pilotar para Janaína e Cláudia.

Ousadia

Apenas 20 dias após comprar sua primeira Harley, em novembro do ano passado, a fotógrafa Janaína Fortunato partiu para uma viagem ao Paraguai na qual enfrentou chuva e alcançou velocidade de 150 km/h. De lá para cá, a harleyra já acumula mais de 5000 km rodados em sua Dyna Super Glide 1600 cc. A história de Janaína envolve ousadia desde a aquisição da moto.

“Sempre gostei de moto e a Harley era minha paixão. Eu tinha alguns amigos que andavam e tinha que ficar esperando convite de alguém para andar na garupa. Até que um dia, querendo sentir um pouco mais de liberdade, decidi vender meu carro para comprar uma”, relata.

Com a moto na garagem, Janaína se viu sem coragem de pilotar. Apesar de ter carteira de habilitação para moto, ela conta que só tinha andado na autoescola para a retirada da CNH, anos atrás.

“Quando foi para retirar a moto na loja eu não tinha coragem, aí liguei para um amigo e ele levou para a minha casa. Dois dias depois, acordei e falei ‘Eu preciso andar’. Liguei para uma empresa de mototáxi e pedi um motorista com prática em moto grande”, relembra, rindo da própria coragem.

O mototaxista não só tirou a moto da garagem para Janaína como lhe deu uma aula de pilotagem no Jardim Botânico de Londrina. Mas não foi preciso muito. “Ele me deu umas dicas e eu já saí andando, estava no sangue”, finaliza a fotógrafa.

Janaína em sua Harley 1600cc. Foto: Arquivo Pessoal

Cecília França

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on telegram
Telegram
Share on whatsapp
WhatsApp