Março Mês da Mulher: “Não existe serviço de homem ou de mulher, isso é uma ideologia que as pessoas inventam”, diz jovem mecânica

 

“Sempre, quando eu era pequena, ouvia as pessoas falando ‘Mulher não sabe nem trocar um pneu’, e eu sempre tive muita curiosidade de saber de tudo. Coloquei na minha cabeça que queria aprender e mostrar que a mulher é capaz de fazer várias coisas, independente de as pessoas falarem ‘Isso é serviço de homem’ ou ‘Isso é serviço de mulher’. Queria mostrar que isso não existe, é só uma ideologia que as pessoas inventam”, ensina a jovem.

Não seria muito afirmarmos que Mariana está desbravando essa área. De acordo com o coordenador do curso de Manutenção Automotiva do Senai, Edison Bonifácio, o índice de alunas do sexo feminino no curso tem se mantido estável ao longo dos anos, cerca de 10%. Na turma de Mariana, dos 18 formandos, apenas ela era mulher – outras duas desistiram ao longo do curso.

Seu empenho e dedicação ao aprendizado deram resultado, tanto que Mariana saiu do curso empregada, por indicação dos próprios professores. No primeiro emprego, ela trabalhou na parte de vistoria veicular e colocou a mão na massa.

“Fiz alinhamento, balanceamento, lavagem de pneus, troca de vela, cabo de vela”, detalha. Quanto à força física, nunca foi impedimento, ela garante. “Tem serviço que exige bastante força, mas basta ter jeito que você consegue”.

Pneus? “Ih, já troquei vários! A gente aprende até o jeito certo de pegar para não pesar a coluna”, conta.

Planos

Mariana é curiosa e sempre contou com o apoio da mãe para seus planos, que são muitos. Inquieta, gosta de se comunicar e pretende se aprofundar no estudo da gestão. Para isso, o atual emprego em uma oficina contribui bastante, já que Mariana está mais focada na parte administrativa – compra de peças, auxiliar administrativo, feedback para os clientes.

A jovem revela o desejo de abrir uma oficina apenas com mecânicas mulheres, a fim de ofertar um serviço exclusivo para as clientes.

 

“Acho que ter uma oficina só com mulheres seria algo inovador. Tem mulheres que se sentem acuadas de irem à oficina; assim, elas se sentiriam mais tranquilas, passaria mais segurança”, acredita.

Mariana pretende se capacitar para gerir um negócio e seus planos ainda incluem uma faculdade de Engenharia de Produção. “Acho que não vou parar de estudar nunca”, diz a simpática mecânica.

Cecília França

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