E tanto assim agiu que num determinado momento se deu conta de que seus outrora furtivos e insinuantes olhares não tinham o mesmo significado e, mais contundente, sua linguagem corporal já não transmitia mais aquela expressividade instigante.
Agora, seu olhar não se esparramava pelos espaços abrangentes e convidativos da sedução induzidora, tornaram-se fugidios e distantes.
Deixando-se levar por um sentimento ditado pela nostalgia, não conteve a emoção e, simplesmente, chorou.
Houve, a partir daquele momento um reencontro consigo mesma e, por uma energia provinda de seu interior, sentiu-se induzida a auto – retratar-se e, mais importante, passar a acreditar que a vida ainda valeria a pena.
Resignada, porém convicta de que havia condições de seguir adiante, aceitou o desafio de se reinventar como mulher … sem maiores devaneios, porém.
E assim o fez.
Carlos Roberto de Oliveira
Foto: Favânia Andrieli