Milhares de ítalo-descendentes se mobilizam contra decreto que endurece as regras para obtenção de cidadania

Em 28 de março de 2025, um decreto emitido pelo Ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, impôs restrições imediatas ao reconhecimento da cidadania italiana, limitando o direito a apenas filhos e netos de italianos. A legislação anterior previa cidadania a mais duas gerações. Como resposta, mais de 52 mil ítalo-descendentes de todo o mundo assinaram uma petição na Change.org que pede a revogação do decreto. Veja aqui.

O abaixo-assinado, intitulado Ripudio al D.L. Tajani 28/03/25, foi criado por Fabíola Leardini, ítalo-brasileira que realiza assessoria para brasileiros que buscam a obtenção da cidadania italiana. No texto, ela caracteriza o decreto como “traição”: “A Itália tem uma longa história de emigração que levou milhões de italianos a se estabelecerem em diversas partes do mundo. Seus descendentes mantiveram vivas as tradições, a cultura e o vínculo com nosso país, contribuindo para a difusão da língua e da identidade italiana no exterior. Agora, o governo corre o risco de trair essa herança e privar milhões de pessoas de um direito histórico”. 

Dezenas de pessoas também demonstraram seu descontentamento por meio de comentários. “Sou descendente, não oportunista. Meu bisavô e bisavó geraram filhos, sou descendente de sangue, independente de ter nascido no Brasil”, escreveu Noemi Tabossi. Além de demandar a revogação do decreto, a petição também cobra o “reconhecimento do valor das comunidades italianas no exterior” e o “fortalecimento dos serviços consulares para garantir processos de cidadania mais rápidos e eficientes”.

De acordo com o Ministério de Relações Exteriores da Itália, 20 mil brasileiros obtiveram a cidadania italiana em 2024, 6 mil a mais que em 2022. “O princípio do direito de sangue não será abolido e muitos descendentes de emigrantes poderão obter a nacionalidade italiana”, declarou Antonio Tajani.

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