Maio será realizada última campanha de vacinação contra febre aftosa no rebanho paranaense. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou essa semana o fim da imunização no Paraná.
A confirmação ocorreu nos dias 24 e 25 de abril, em Curitiba, numa reunião com representantes do órgão federal e diversas entidades do setor agropecuário do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, que integram o Bloco V do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA).
A retirada da vacina é uma conquista do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD) que vem trabalhando há quatro anos para que o Estado conquiste o “Status de Livre de Aftosa sem Vacinação”.
O título é considerado importante porque é bem visto por 65% dos mercados internacionais, ainda a ser conquistados pelo Oeste do Paraná, como Japão, Coréia do Sul e México.
Segundo o empresário Elias Zidek, vice-presidente do POD, a retirada da imunização significa um novo status sanitário. O Paraná estará classificado, como um sanitariamente viável, mudando toda a relação de negócio do Paraná seja para vender produtos finais ou genética.
“Apesar do bovino ser vacinado, os mercados abrirão também para a carne suína. Um mercado que consome 3,5 milhões de toneladas por ano e pagam 15% mais. Hoje o Brasil exporta apenas 600 mil toneladas por ano, ”, disse Zidek.
E completou: As barreiras que tínhamos, vão cair. Só temos a comemorar”.
Status
O próximo passo para conquistar o status ocorrerá daqui 12 meses. Em maio de 2020, será feita a sorologia. Se o vírus não estiver circulando o MAPA aprova e encaminha o pedido para a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) em setembro de 2020, com o reconhecimento realizado na Assembleia Geral de maio de 2021.
“Durante este ano teremos muito trabalho, mas estamos extremamente contentes pela conquista. Conseguimos antecipar em dois anos o fim da vacinação”, afirmou Zidek.
Auditorias
Em 2018, o Mapa realizou auditorias necessárias para que seja encaminhado o pedido do Paraná OIE. O resultado das duas auditorias foi excelente. O serviço de defesa agropecuária do Paraná foi o mais bem avaliado do Brasil, melhor até do que Santa Catarina, único Estado brasileiro reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação.
O Paraná superou a pontuação da auditoria do Mapa em 48% dos quesitos e alcançou a pontuação necessária em 35%. Apenas 16% dos itens analisados ficaram abaixo da pontuação, o que gerou um plano de ação com nove itens, dos quais sete estão em implantação pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e os outros dois em processo de finalização (contratação de fiscais para garantir o funcionamento pleno das barreiras sanitárias e a construção do posto de fiscalização sanitária em Campina Grande do Sul – em fase final de aprovação pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Com informações da Faep