Com um olhar distante a mirar o vazio, se fazia acompanhar por uma angustiante indiferença a conferir-lhe um quê de contestação, nada parecendo importar ao seu redor.
Aquela aparente altivez, todavia, mascarava uma melancolia alimentada por uma frustração existencial determinada por algo inerente ao ser humano, a solidão.
Do local onde se encontrava, sentada em um banco de praça, podia observar grupos de pessoas, alguns sozinhos, aboletados em torno de mesas a beber e conversar alegremente e, aparentemente, imunes a qualquer tipo de preocupação que não fosse viver o momento.
Suas lembranças, de imediato, voltaram à baila e num repente, como que despertando de um sono letárgico dirigiu-se a um daqueles espaços e, sem qualquer constrangimento, ao avistar alguém que estava sozinho, a ele se reportou, e, esquecendo-se que a época era outra, perguntou-lhe: Paga uma dose, bem?…