Aquela vida ordenada, dando a entender que tudo estava bem, mascarava, porém, uma realidade cuja dimensão não havia ainda atinado, embora a certeza de alguma coisa estivesse ocorrendo.
E sua angustia aumentava à medida em que nada lhe faltava, exceto o diálogo e o mínimo de atenção.
E os dias transcorriam monotonamente, tendo como determinante a indiferença pelo esgotamento do sentimento emocional voltado para o relacionamento pessoal a dois.
Questionando-se, e discordando daquela superficialidade comportamental, soltou o grito de alforria e, fortalecida na sua condição de mulher, amparou-se em sua autoestima e ciente na necessidade de se refazer, não disse adeus às ilusões.
Carlos Roberto de Oliveira
Foto: Favânia Andrielly