A Renault conseguiu manter no Kwid duas ótimas características do seu irmão maior, o Sandero: bom espaço interno (compatível com a categoria, claro) e posição mais alta de dirigir. Apesar de ter sido homologado como SUV por conta de sua altura maior de solo (180 mm) e ângulos de entrada e saída, podemos garantir: o habitat do Kwid é mesmo a cidade.
Testamos o modelo na versão topo de linha, Intense, cedido pela concessionária Fórmula Renault, de Londrina. Foi um teste apenas em condições urbanas. Com o maior entre-eixos do segmento, o porta-malas do Kwid é de bons 290 litros e dois adultos viajam bem nos bancos de trás. Ele se beneficia do baixo peso (758 kg) para ser ágil e prazeroso de dirigir mesmo com potência e torque baixos.
O motor 3-cilindros do Kwid entrega potência máxima de 70 cv e torque de 9,8 kgfm, quando abastecido com etanol. Ainda assim, subimos ladeiras íngremes em segunda marcha, sem sofrimento ou necessidade de redução – e com o ar-condicionado ligado.
Versões e equipamentos
O Kwid vem com 4 airbags de série – exclusividade no segmento – e duplo isofix para fixação de cadeirinhas infantis. Aquela versão que estreou por R$ 29.990 já teve preço reajustado e hoje o Kwid parte de R$ 30.990 na versão Life (que vende pouco, afinal, não tem ar-condicionado nem direção elétrica ou hidráulica, itens básicos hoje). A função real da versão Life é atrair o público para as concessionárias.
A versão intermediária, Zen, parte de R$ 36.740 e a que testamos, Intense, custa R$ 40.740. Esta versão topo de linha tem itens exclusivos, como o multimídia Media Nav 2.0, painel com computador de bordo e conta-giros, câmera de ré, faróis de neblina, retrovisores com ajuste elétrico, abertura elétrica a distância do porta-malas via chave.
O acabamento também ganha mais sofisticação, interna e externamente, com cromados na grade frontal, retrovisores na cor preto brilhante, detalhes em black piano no console e revestimento exclusivo nos bancos.
Sensações
Dirigir o Kwid é prazeroso. Ele é ágil e permite rápidas saídas no trânsito conturbado das cidades. Estacionar, fazer retornos e dar ré são atividades fáceis a bordo do subcompacto. A suspensão elevada filtra bem obstáculos como buracos e quebra-molas. O câmbio manual de 5 marchas tem bons engates e funciona bem alinhado com o motor.
Uma amiga fez o teste drive do Kwid recentemente e comentou: “O motor 3-cilindros faz um barulho engraçado”. É verdade. Motores 3-cilindros vibram de forma diferente dos pares, como os 4-cilindros, e isso gera um barulho mais evidente (bastante evidente no Kwid, aliás). Com o ar-condicionado ligado, o barulho aumenta dentro da cabine, mostrando que o modelo merecia um melhor isolamento acústico. Em compensação, entregam torque mais rápido.
Segurança
Pouco antes do lançamento do Kwid tomou as redes sociais o crash test feito com o modelo indiano, que zerou no teste. O modelo brasileiro recebeu reforços na estrutura, quatro airbags, e conseguiu 3 estrelas no LatinNCap – mesma classificação do Fiat Mobi. Outro concorrente direto, o Volkswagen up! tem 5 estrelas no teste de segurança.
Assista vídeo do teste do LatinNCap:
Economia
O Kwid tem selo A do Inmetro e selo Conpet de eficiência energética em todas as versões. De acordo com o instituto, o subcompacto faz 15,9 km/l de gasolina na estrada e 14,9 km/l na cidade. Com etanol, faz bons 10,8 km/l e 10,3 km/l. Testes de revistas especializadas conseguiram médias ainda melhores.
Para quem busca economia, bom desempenho e preço acessível, o Kwid é uma grande opção. Dependendo do orçamento, vale a pena olhar a versão intermediária, Zen, que custa R$ 4 mil a menos que a Intense e já vem com ar, direção elétrica e indicador de troca de marchas no painel (que colabora para uma direção ainda mais econômica).
Seja como for, o Kwid vale uma ida à concessionária.
Texto e fotos: Cecília França