Testamos: Fiat Cronos, uma grata surpresa

Testar um carro novo sempre é bom. Quando você se surpreende com ele, então, melhor ainda. Passamos um bom tempo ao volante de duas versões do Cronos e saímos muito bem impressionados. Boa dirigibilidade, qualidade no acabamento e multimídia funcional são algumas das características do novo sedã da Fiat, cedido à Sobre Rodas pela concessionária Marajó, de Londrina.

Cronos era o deus grego do tempo e é só dele que a Fiat precisa para emplacar a novidade no mercado. O Cronos parece ter plenas condições de figurar entre os sedãs mais vendidos.

Andamos nas duas motorizações, 1.3 e 1.8, sendo a primeira equipada com câmbio automatizado GSR de 5 velocidades e a segunda com automático de 6 marchas. Há diferenças nos itens de série das duas versões, claro, mas as maiores diferenças moram mesmo no conjunto mecânico.

Confira a gama completa do Cronos aqui.

 

Cronos Drive 1.3 GSR

Nesta versão, que parte de R$ 60.990, já são de série o multimídia UConnect, com tela de 7 polegadas; sistema Start&Stop, que desliga o motor em paradas, como semáforos; controle de velocidade de cruzeiro, controle de estabilidade, de tração e Hill Holder (assistente de partida em rampas).

O motor é o 1.3 Firefly, 4-cilindros, que entrega 101 cv de potência e 13,7 kgfm de torque com gasolina, e 109 cv e 14,2 kgfm, com etanol. A direção elétrica proporciona firmeza ao motorista.

 

Interior

O conjunto volante + painel de instrumentos (com excelente resolução) deixa o interior do Cronos bonito e jovial. É só bater o olho para localizar as informações, como velocidade, consumo, etc.

O multimídia com tela de 7 polegadas é de fácil visibilidade e bastante funcional. Conseguimos emparelhar o smartphone com facilidade, realizar ligações e mudar a estação de rádio por comandos de voz. Basta acionar um botão no volante multifuncional e dar o comando.

O acabamento e os materiais utilizados no interior do sedã são de qualidade. Todos os porta objetos são emborrachados. Nesta versão, todos os vidros são elétricos, bem como o ajuste dos retrovisores, que contam com função tilt down (abaixam automaticamente para mirar o meio fio quando acionamos a ré).

Há um descansa braços entre o banco do motorista e do passageiro (opcional nesta versão) que acaba por atrapalhar no acesso ao encaixe do cinto de segurança e ao freio de mão. Mas para percursos mais longos, tem seus benefícios.

 

Câmbio

O câmbio GSR, automatizado, obviamente representa uma evolução frente ao antigo Dualogic da Fiat. As mudanças de marchas são sentidas, especialmente da 1ª-2ª e 2ª-3ª, mas sem socos. Sendo assim, sentir as mudanças nos trouxe mais prazer do que desconforto.

O GSR herdou do antecessor a interface, na qual botões com as posições N, R, D, S e A/M substituem a tradicional manopla. Apesar de moderno, causa certa estranheza até que se acostume com ele.

Por meio de um botão no volante é possível acionar o piloto automático, bastante útil em percursos rodoviários mais longos. Quando optamos pelas trocas manuais por meio dos paddle shifts (aletas atrás do volante, opcionais nesta versão) contamos com auxílio de condução no painel (indicação para trocas de marcha), uma forma de proporcionar uma condução mais correta privilegiando a economia de combustível. Quando acionamos a função S no câmbio, sentimos a mudança no comportamento do Cronos. Ele claramente se torna mais “valente”.

Segundo dados de consumo do Inmetro, o Cronos Drive 1.3 GSR faz 12,7 km/l com gasolina na cidade e 14,8 km/l na estrada.

Cronos Precision 1.8 AT6

A versão topo de linha da gama do Cronos parte de R$ 69.990 e conta com o motor 1.8 E.torQ EVO. Trata-se de um motor aprimorado, mas não novo, que entrega, com gasolina e etanol, 135 cv e 139 cv de potência máxima, a 5.750 rpm, e 18,8 kgfm e 19,3 kgfm de torque, a 3.750 rpm.

Há rumores de que a Fiat esteja gestando um motor turbo (1.3 ou 1.4) que cairia muito bem nesta versão – veremos.

A versão testada já veio equipada com sistema Keyless Entry N’Go, que dispensa a chave para acesso ao veículo – veja no vídeo abaixo.

 

O câmbio aqui é automático de 6 velocidades e tem trocas sutis, que não são sentidas e contribuem para a excelente dirigibilidade do Cronos. Nele há manopla, para nossa alegria.

A posição de direção do Cronos é mais alta do que a de concorrentes como o Virtus, da Volkswagen. Quando o velocímetro passa dos 100 km/h o barulho do motor invade a cabine, o que confere um ar de esportividade ao sedã.

Em nosso teste de aceleração de 0 a 100km/h, o Cronos Precision 1.8 AT6 cravou 11,38s. Nada mal.

 

Segurança

As versões 1.8 do Cronos podem receber air bags laterais para motorista e passageiro como opcionais, além das obrigatórias bolsas frontais. Os controles de estabilidade e tração “grudam” o sedã no chão em curvas fechadas e em altas velocidades. O carro não “escapa”, passando segurança aos ocupantes.

Nesta versão o painel tem tela maior, de 8 polegadas. O multimídia é o mesmo UConnect, “flutuante”, como diz a montadora, de tamanho semelhante ao de um tablet. Apesar de contribuir para a jovialidade do interior do Cronos, seria conveniente a opção de rebatê-lo, para deixá-lo menos visível.

De acordo com dados do Inmetro, o Cronos com câmbio automático e motor 1.8 faz 10,3 km/l com gasolina na cidade e 13,3 km/l na estrada.

 

Espaço interno

O Cronos não ganhou entre-eixos em relação ao Argo, hatch do qual deriva, mas tem mais espaço para os ombros e suficiente para os passageiros traseiros. O porta-malas é maior que o do Virtus: 525 litros.

Apesar de exaustivamente comparado ao sedã da VW, o Cronos mira mesmo concorrentes como Prisma e HB20S. Até porque as versões 1.3 devem vender mais que as 1.8.

O Cronos tem potencial para emplacar muito, é só uma questão de tempo – e dele, o “deus” entende.

Texto e fotos: Cecília França

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