Rock n’ roll: Banda iguaçuense lança CD neste sábado (30)

 

A noite promete marcar a cena underground iguaçuense. Os ingressos custam R$ 15 e podem ser adquiridos nas lojas Go Rock ou nas bilheterias do Ballinas. A casa abre às 22h30; as apresentações começam às 23h30. Será uma oportunidade para ver ao vivo metada das bandas que mostram seu trabalho no disco. Cada uma delas terá 40 minutos de apresentação. As músicas do CD, claro, estão no setlist.

“O restante do repertório vai ficar aberto porque nem todas as bandas têm esse tempo de produção autoral, mas a intenção é tocar o máximo possível de músicas próprias”, explica o idealizador do projeto, Márcio Duarte, promotor cultural, dono das lojas Go Rock e baterista da banda Tumulto. Segundo ele, será uma noite de festa para roqueiros de todos os gostos. “Independentemente do estilo de rock que a pessoa gosta, com certeza vai ter alguma coisa lá [no Ballinas] que ela vá curtir, porque vamos ter do pop, punk, metal, enfim, diferentes estilos.”

Será também uma oportunidade de apoiar os grupos da região e testemunhar um momento histórico. “Nunca em Foz do Iguaçu aconteceu algo parecido: um lançamento de disco de bandas daqui mesmo, somente com músicas próprias, num trabalho muito bem feito, profissional, com CD oficial”, diz. “São excelentes bandas, tocando com bons equipamentos em um ótimo local, com boa estrutura e oferendo boa música.”

Ansiedade

Para as bandas, o momento é especial. O guitarrista Marcos Caetano, do Mad Old Rockers, não esconde: está contando os minutos para o grande dia, que encerrará o ciclo composição, gravação e apresentação – um terreno que só agora está sendo desbravado por quase todos os grupos do Frontera Rock. “Como sou o mais velho, o tiozinho da banda, sinto uma ansiedade de garoto, uma vontade muito grande de mostrar o produto desse trabalho.”

Marcos garante: um dos objetivos do projeto – incentivar a produção de música própria entre grupos de Foz e região – foi plenamente atingido. E não deve ficar por aí. “Já temos base para muitas outras músicas, como letras eriffs que, não tenho dúvidas, ainda vão gerar muitos frutos.”

Do Facebook para o palco 

Cansado de ver músicos frustrados e boas bandas acabarem após anos se dedicando apenas a reproduzir o que outros já gravaram, Márcio foi amadurecendo a ideia do projeto aos poucos. A inspiração veio de iniciativas parecidas surgidas na década de 80, como o SP Metal, em São Paulo (SP), e as diversas coletâneas lançadas pelo selo Cogumelo Records, em Belo Horizonte (MG), responsável pelos primeiros registros de bandas como Sepultura e Sarcófago. “Isso já aconteceu em outros lugares, onde se conseguiu mudar a cena.”

O projeto surgiu, então, como uma tentativa de incentivar a produção autoral, dar oportunidade para o desenvolvimento de bandas locais, cativar o público iguaçuense com a música produzida na própria cidade e ajudar a abrir portas em outros centros. 

A semente foi plantada em uma publicação na página da Go Rock no Facebook. Aos poucos, Márcio foi angariando candidatos ao projeto, apresentando detalhes do plano e formando o time de integrantes do Frontera Rock – sem o “i” mesmo, uma alusão ao espanhol falado nas vizinhas Puerto Iguazú (Argentina) e Ciudad Del Este (Paraguai). O nome foi definido em conjunto com os grupos. 

Coube às bandas pagar as despesas de estúdio. Cada um dos dez grupos tem duas músicas no CD – uma compilação bastante heterogênea, com diferentes nuances do rock. O disco está sendo vendido a R$ 20, pelas próprias bandas.

Original 

A exclusão de covers é justificada por Márcio como uma necessária saída da zona de conforto. “A partir do momento em que se produz a própria música, há uma cobrança pessoal para melhorar técnica e artisticamente e, também, aumentam as chances de receber convites para tocar fora da cidade e divulgar o nome da banda”, afirma o músico, com o conhecimento de quem recentemente excursionou Brasil afora divulgando o som autoral do Tumulto.

Há uma notória resistência do público de rock e suas variantes em ouvir bandas desconhecidas, com material próprio, mas superar a barreira da desconfiança inicial é um desafio que, para Márcio, vale a pena encarar. “Se você faz cover, um cara de São Paulo ou Curitiba, por exemplo, não vai levar a sua banda para lá, onde tem muitas semelhantes. Se você quer sair de Foz para tocar, faça música própria.”

O aspecto histórico também tem seu apelo neste contexto. “Independentemente se a música é boa ou ruim, até porque isso é pessoal, composições próprias sempre deixam um registro, um nome marcado que acaba sendo lembrado.”

O Frontera Rock pode estar pavimentando um caminho que, dependendo da recepção do público e da desenvoltura das bandas, pode ser trilhado por mais roqueiros da região no futuro. “A princípio, a ideia é fazer um CD por ano. Vai depender do surgimento de novas bandas e tudo mais, mas a ideia não é parar nesse”, afirma Márcio.

Bandas participantes

Brado Perpétuo

Bronca

Jack Black          

Mad Old Rockers 

Mil réis

Scope

Serenum

Tétano Febroso

Tumulto     

Verso Motor    

Fonte: Assessoria

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