Em época outra, mesmo durante um período de forte repressão política, ainda havia expectativa positiva quanto a um Brasil melhor, mesmo porque o brasileiro acreditava em seus valores e os manifestava pela musicalidade, criatividade e alegria, como bem caracterizou uma peça teatral da década de 1970, BRASILEIRO, PROFISSÃO ESPERANÇA.
Passou-se o tempo e, atualmente, o que se observa é que cansado de só ter esperança – que conseguiram matá-la, por sinal – restou uma pobre realidade, recheada de violência e intolerância, onde até o direito constitucional de ir e vir é desrespeitado pela condição de refém do brasileiro das forças marginais.
E neste aspecto, situações têm ocorrido no Brasil que em nada diferem daquelas que acontecem em regiões do mundo com alto risco de segurança e guerra civil declarada, onde as ações do Estado se tornam inócuas para a defesa das pessoas, igualmente como no Brasil.
Não obstante, se vê obrigado, o brasileiro, a uma avalanche de informações das ocorrências no país, invariavelmente ligadas a aspectos político/policial – não faltando ex-governadores, ex-deputados, ex-vereadores, ex-prefeitos, além de narcotraficantes e, para compensar, alguns ladrões de galinha – culminando com as análises da situação econômica – o Brasil virou o país dos economistas e advogados – que só fazem aumentar o grau de descrença e insegurança quanto a mudanças positivas em prol de sua gente.
Paralelamente, e contando com uma única opção de persuasão, o cidadão comum, no afã de tentar escolher alguém que o represente com dignidade, se frustra pela falta de empenho e compromisso de quem escolhido para esta tarefa, pois não raro são levados pelas mazelas de uma máquina publica corroída.
Carlos Roberto de Oliveira