Permitindo-se manifestar seu ponto de vista, sem falso-moralismo, chegara à conclusão de que dois vocábulos, sinônimos, inclusive, determinam o comportamento humano, a hipocrisia e a dissimulação.
Embora pelas convenções sociais haja uma tentativa de amenizar, ou mesmo combater, procedimentos que levem a ações que se caracterizam como hipócritas, ou dissimuladas, a cada instante se depara com situações que demonstram o contrário, justamente por enfatizá-las.
E neste contexto, nada mais hipócrita que o fair-play em uma competição esportiva como o futebol, a bola que toca na rede em uma jogada de uma partida de tênis, onde um dos jogadores, beneficiário da ação, se desculpa pela ocorrência, a porrada, seguida de uma abraço, do atleta que vence uma luta de MMA em seu adversário todo estropiado, e, por fim, aquela mais dolorosa quando alguém, disfarçado de bom samaritano, e amparando-se na utopia, induz as pessoas a acreditar em algo que vá beneficiá-las em suas aspirações mais simples, como ter acesso à dignidade, por exemplo, e as frustram com o engodo da dissimulação.
E assim, da tristeza sentia-se bem em tê-la como companheira, e do desencanto, aceitá-lo como desafio.
Carlos Oliveira
