Os itens que mais contribuíram para a alta do índice geral foram o leite e derivados e as carnes. “Esses itens são dos grupos que mais pesam no orçamento familiar. Desse modo, qualquer aumento nos preços dos produtos desses grupos podem elevar o índice geral, mesmo que outros grupos apresentem expressiva redução nos preços”, sintetiza o coordenador do Cepecon, professor Henrique Kawamura.
Somente o leite UHT aumentou cerca de 8,9%, e o iogurte e outras bebidas lácteas sofreram aumento de 6,5%. Já no caso das carnes, foram justamente aquelas com maior participação nas despesas das famílias as que mais aumentaram: a costela bovina teve elevação de 12% nos preços, seguida pela paleta bovina (7,02%) e a carne de porco (5,18%). Outros tipos de carne apresentaram queda nos preços – é o caso do contrafilé (-2,8%), patinho (-4,1%) e músculo (-2,3%) – mas não foram suficientes para diminuir o índice das carnes.
A alta foi puxada, também, por itens como tubérculos, raízes e legumes (9,9%), hortaliças e verduras (6,05%) e leite e derivados (12,62%). Um dos itens de destaque é a cebola, que subiu 26,67%, e a batata, com alta de 9,57%. De acordo com Kawamura, “no caso da cebola, a valorização foi devido ao baixo volume de chuvas, pois a safra do Sul já está em fase de término. As chuvas no Nordeste também prejudicaram a qualidade da cebola, reduzindo, assim, a oferta no mercado nacional”.
A alface e o repolho foram os subitens que tiveram maior aumento de preços no grupo das hortaliças – 5,9% e 11,1%, respectivamente –, também em função das chuvas no início do mês nas regiões produtoras, o que impactou no ciclo de desenvolvimento da alface. Já o preço da cenoura teve redução de 5,7%, em função do aumento da oferta dos produtores do Paraná e do Cerrado Mineiro.
Em contrapartida, o consumidor pagou mais barato nos pescados (-12,10%), panificados (-10,95%), aves e ovos (-7,40%) e enlatados e conservas (-2,70%). Acesse o relatório completo: http://cepecon.com/IPCfoz/boletimv2n4ABR.pdf