O evento contou com a participação de 300 pessoas, entre elas o presidente da Caciopar, Sérgio Marcucci; o presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento, Mário Costenaro; o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek; e representantes das 48 associações comerciais que integram a Coordenadoria das Associações Comerciais.
Cadeias produtivas
O trabalho da câmara técnica, que será coordenado pelo empresário iguaçuense Danilo Vendruscolo, priorizará as pautas levantadas nos estudos das quatro principais cadeias produtivas da região: avicultura, suinocultura, produção de leite e produção de pescado. Os especialistas vão avaliar onde e como devem ser feitos investimentos para melhorar o escoamento da produção do Oeste paranaense.
A preocupação das entidades e empresas que participam do Programa Oeste em Desenvolvimento é que os problemas de infraestrutura, principalmente, tornem-se empecilhos para a ampliação dessas quatro cadeias produtivas, que hoje crescem em média 10% ao ano.
Gargalos
Mário Costenaro explica que, na região, os quatro modais de transporte – rodoviário, ferroviário, aeroviário e hidroviário – apresentam, em diferentes graus, uma infraestrutura precária. No rodoviário, por exemplo, os problemas vão desde a falta de ligações entre os municípios até o alto valor dos pedágios nas rodovias federais.
Além disso, as estradas rurais são malconservadas e estreitas, impedindo a passagem de caminhões de grande porte. Esses fatores contribuem para o aumento no valor dos fretes, o que por sua vez afeta o custo final dos produtos, prejudicando a concorrência com a produção de outras regiões do Brasil e até de outros países.
Em relação ao transporte hidroviário, ele ainda é pouco utilizado para a movimentação de insumos e máquinas e para a exportação de grãos, porque são necessárias adequações para que possa ser utilizado também nos períodos do ano em que o nível dos rios está mais baixo, por exemplo.
Parcerias
O uso das ferrovias tem crescido nos últimos anos, graças a investimentos feitos em parcerias público-privadas, mas esse modal tem problemas como trechos críticos, em que a velocidade é muito baixa. “Tanto a hidrovia como a ferrovia são boas propostas para escoar os produtos do Oeste, mas precisam de adequações para atender à crescente demanda”, diz Costenaro.
O coordenador da Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística, Danilo Vendruscolo, afirma que uma das alternativas para sanar esses gargalos é buscar novos investimentos a partir de parcerias público-privadas. Foi o que ocorreu, lembra, com o Terminal Ferroviário de Cascavel, resultado de uma parceria entre a Cooperativa Cotriguaçu e o governo estadual. Em dois anos, a implantação do terminal aumentou em cerca de 60% o transporte de carnes por trens.
Biometano
O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, destaca que, além da melhoria dos modais, os custos logísticos dos produtores do Oeste do Paraná podem ser reduzidos com o aproveitamento dos dejetos de animais para a produção de biometano, tanto para garantir eletricidade nas propriedades quanto para o uso em veículos e máquinas. Ele aponta ainda outra grande vantagem: a redução da poluição das águas e do solo causada pelos dejetos.
Samek sugere que o biometano – já utilizado para abastecer 38 carros na Usina de Itaipu – passe a movimentar as frotas das cooperativas da região. “Ao invés de gastarmos dinheiro para comprar etanol, investiremos esses recursos na nossa região”, diz. Ele ainda informa que o biometano rende até 10% mais que o etanol.
Oeste em Desenvolvimento
Lançado em agosto de 2014, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico da Região Oeste do estado do Paraná, o Programa Oeste em Desenvolvimento reúne mais de 30 instituições, entre elas Itaipu Binacional, Fundação Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Sebrae-PR, Ocepar, Caciopar, AMOP, Emater e FIEP.
Suas atividades são divididas em cinco eixos: Infraestrutura e Logística, Pesquisa e Desenvolvimento, Crédito e Fomento, Capital Social e Cooperação, e Energias Limpas e Renováveis.