Piloto do Rali Dakar exalta planejamento e boa comunicação para obter sucesso

Planejamento é a palavra de ordem para evitar insucesso ou, pior, acidente. O engenheiro Klever Kolberg sabe bem dessa premissa. Piloto de moto experiente, ele traz no currículo muitas participações no Rali Dakar (antigo Paris-Dakar) – a mais longa e perigosa prova de rali off road do mundo. Desde 1988, quando começou a participar do evento ao lado do também piloto André Azevedo, coleciona valiosos ensinamentos. Um deles é preço cobrado pela falta de planejamento, que, associada à escassez de recursos, acabou mandando os dois de volta para casa antes do término da competição.

“Fomos sozinhos, mal preparados, com quase 60 quilos de bagagem na moto”, relembra. “Nosso problema não começou no deserto, mas antes, na preparação”, completou Kolberg, durante sua apresentação na Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Sipat) 2017, na sexta-feira (18), na Itaipu.

O erro de principiante se converteu em ação e virou aprendizado para a vida. “Se quiser viver uma jornada de campeão, tem que haver disposição para as mudanças. Em vez de lamentarmos, estabelecemos como meta chegarmos à primeira vitória em dez anos.”

Hoje, aos 55 anos de idade, vários títulos colecionados e à frente da equipe brasileira na competição tida como a mais desafiadora do planeta, Klever aprendeu que levantar informações e antever problemas é parte fundamental do sucesso, seja no Rali Dakar ou em outras áreas da vida, como no trabalho em empresas.

A partir de suas experiências, ele elencou alguns elementos indispensáveis à sua equipe. A começar pela preparação. “Colocamos bastante energia no preparo. O nome do jogo é antecipar os acontecimentos”, afirmou. “São anos de preparação para ficarmos 20 dias sem banho”, brincou.

É nesta etapa que surge a confiança necessária para que a equipe tenha um bom desempenho. “Quem se planeja percebe os problemas, já simulou. Se errou no treinamento, pode corrigir o desvio antes de entrar em campo. Planejar não resolve problemas, mas ajuda a enxergá-los melhor.”

O planejamento não só aumenta as chances de sucesso como reduz a possibilidade de acidentes. Atualmente, no rali, enquanto os pilotos descansam, entra em ação a equipe de suporte, com mecânicos e vários técnicos que passam a noite verificando os equipamentos. Neste momento, eles verificam os indicadores fornecidos pelos sistemas instalados nos veículos.

O monitoramento da informação coletada é, então, confrontado com o que foi planejado. “E controlar é agir, antecipar e tomar decisão. Seja na oportunidade ou na adversidade, conquista o resultado quem reage mais rápido. Por isso, na hora da execução, é preciso estar concentrado, muito focado.”

Segundo o piloto, a capacidade de reação rápida e assertiva impede que pequenos problemas ganhem uma grande dimensão. “Como diz o lema dos Bombeiros, nenhum incêndio começa grande. O problema é o tempo de reação. Daí vem a nossa capacidade de reagir rapidamente.”

O trabalho em equipe é outro ponto chave nesta empreitada em que a comunicação é essencial. Ele defende a conversa para alinhas as necessidades. “Se todos sabem onde estamos, onde queremos chegar e os pontos fracos e fortes, conseguimos melhor desempenho. O caminho é a estratégia e ela precisa estar muito clara a todos.”

Para o estímulo da equipe, cujo papel é fundamental para estar entre os finalistas na linha de chegada, Klever diz que não basta a recompensa financeira pelo trabalho. O senso de pertencimento nos resultados deve estar presente. Por isso, ele não abre mão dos momentos de celebração com o grupo, mesmo em meio ao deserto do Saara. “Quando se trabalha com os melhores, todos querem ter orgulho de suas conquistas.”

 

Fonte: JIE 

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