A carcaça é de um Chevrolet Cruze, mas só a carcaça. Um carro de Stock Car em nada lembra o sedã cupê da GM. Conhecemos de perto o carro #77 do piloto Valdeno Brito, paraibano radicado em Londrina há 12 anos, e ele nos explicou: “É um protótipo. A equipe recebe apenas a gaiola (chassi) e vai montando em cima”.
A estrutura é em fibra de carbono, o que garante mais leveza e segurança.
Se no modelo de rua o Cruze entrega 150 cv, o carro de Valdeno entrega 550 cv. A velocidade máxima pode chegar a 270 km/h – ou 250 km/h, no Autódromo de Londrina – segundo o piloto. No momento em que visitamos o box da equipe Eisenbahn Racing Team, os mecânicos trabalhavam na melhoria do carro, após o primeiro dia de treinos livres. Por isso, bolsas ocupavam o espaço do motorista, simulando o peso do piloto, para garantir o melhor acerto.
“(Depois dos treinos) a gente faz reunião com chefe de engenharia sobre que direção tomar para o dia seguinte”, explica o piloto.
Internamente, o carro em nada lembra um modelo de rua. Além de não ter bancos traseiros (claro), nada de manopla de câmbio. No lugar dela, duas barras – uma amarela e outra vermelha – controlam a firmeza da suspensão.
“São barras estabilizadoras”, diz Valdeno. No painel, adesivos com a inscrição “Duro” e “Mole” indicam o sentido correto para cada ajuste.
As marchas são trocadas por aletas atrás do volante, os “paddle shifts”, cada vez mais comuns nos carros de passeio. O volante é “pelado”. Nas portas, que se abrem para cima, duas aberturas permitem a entrada de ar para refrescar a “sauna” em que pode se transformar o cockpit em um dia quente. Ontem (5), durante o treino classificatório, a medição apontava 49 graus no interior da cabine.
“Com o calor fica desconfortável e o desgaste do carro é maior também”, garante Valdeno.
Detalhes
No site oficial da Stock Car é possível conhecer cada detalhe dos carros utilizados pelos pilotos nas pistas.
Texto e Vídeo: Cecília França – Fotos: Divulgação