Passados os efeitos da anestesia da RIO 2016, evento esse que, reconheça-se, surpreendeu positivamente pela organização e beleza demonstradas – não entrando no mérito se sua realização, no Brasil, foi oportuna – cabe agora ater-se à realidade brasileira cujo quadro se apresenta deveras conturbado e confuso.
E o que se constata, lamentavelmente, é que o Brasil necessita, decididamente e com urgência, recompor-se emocionalmente, tantas as demonstrações de desequilíbrio e pieguice de quem deveria comportar-se de forma mais compatível com sua representatividade publica.
Chora-se nas vitórias esportivas – mesmo quando se ganha medalhas – defesa e acusação, algo insólito, choram no plenário do senado federal em suas manifestações por ocasião do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Disto tudo, e reportando-se à RIO 2016, duas situações desta merecem menção pela importância de seu significado.
A primeira delas, e que deve ser veementemente repelida, se refere à INTOLERÂNCIA, pois jamais se deve recusar o cumprimento de alguém, mesmo sendo um adversário – político ou esportivo – como ocorreu com o atleta egípcio que se recusou em cumprimentar seu adversário. A segunda delas, e esta sim digna de registro e consideração, o gesto da atleta norte-americana que, abdicando-se da possibilidade de vencer uma prova esportiva da qual participava, optou por não continuá-la, preferindo ajudar uma adversária que se contundira durante a competição em que ambas participavam, demonstrando com isto que, além da valia da disputa, o mais importante é o espírito de SOLIDARIEDADE, que, diga-se de passagem, o Brasil está carecendo.
Carlos Roberto de Oliveira