Sem reajuste na tabela do imposto de renda há cinco anos, mais brasileiros precisarão acertar as contas com a Receita Federal em 2019.
Se a comparação for apenas entre 2018 e 2019 o número de brasileiros que vão precisar pagar chega a 800 mil contribuintes. Até ano passado poderiam estar isentos. Mas se a comparação for feita desde 2015 quando ocorreu o último reajuste este número seria muito maior.
Em 2018, foram entregues 29,7 milhões declarações. Este ano a expectativa é que 30,5 milhões de brasileiros acertem as contas com o “leão”.
Se o trabalhador recebeu renda de até R$ 28.559,70 em 2017, não precisou acertar as contas com o leão em 2018. No IR 2019, o limite mínimo para declaração continua R$ 28.559,70. Mas, se o contribuinte teve sua remuneração corrigida ao menos pela inflação (IPCA) e ao longo do ano recebeu R$ 29.630,69, em 2018. Agora, com a tabela “congelada”, precisará fazer declaração do IR 2019 e, provavelmente, recolher imposto.
“Muitas pessoas acham que a não-correção da tabela é vantajosa. Pelo contrário, se no último ano, a pessoa ficou no limite, sem pagar o imposto, mas depois teve seu salário reajustado pela inflação, este ano, precisará pagar o imposto”, explicou Laurismar Devilla (Loli), sócio da Aconfoz Contabilidade.
E completou: “Ou seja, a falta de correção na tabela prejudica principalmente os contribuintes de menor renda, que estariam na faixa de isenção, mas são tributados em 7,5% por causa da defasagem”.
Os contribuintes que já pagavam o imposto, terão que desembolsar cerca de 4% a mais em 2019
Acumulado
Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, a defasagem na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) chega a 95,46%.
Para o Sindifisco, o atraso na correção da tabela leva a um efeito cascata que não apenas aumenta o imposto descontado na fonte como diminui as deduções.
De acordo com o levantamento, a dedução por dependente, hoje em R$ 189,59 por mês (R$ 2.275,08 por ano), corresponderia a R$ 370,58 por mês (R$ 4.446,96 por ano) caso a tabela tivesse sido integralmente corrigida. O teto das deduções com educação, de R$ 3.739,57 em 2018, chegaria a R$ 6.961,40 sem a defasagem na tabela.
Com Agência Brasil