Em um país em que 61,1% da movimentação de carga é feita via transporte rodoviário, segundo dados recentes da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), a preparação adequada dos motoristas de veículos pesados é fundamental. A formação correta desse profissional impacta não apenas na segurança no trânsito, como também na eficiência do escoamento da produção nacional, dada a importância desse modal de integração para fazer a economia do Brasil “girar”. A utilização do simulador de direção veicular oferece a possibilidade de conduzir em dias de chuva, sob neblina, em rodovias de pista simples e de mão dupla (com e sem acostamento), em pista dupla com canteiro central, além de reproduzir a sensação de passar por estradas com pavimento danificado e até trechos de serra sem asfalto.
A relevância de experimentar especialmente essas duas últimas situações na ferramenta torna-se ainda mais flagrante quando constata-se que, de acordo com a CNT, apenas 12,3% das estradas brasileiras (211.463 quilômetros) são pavimentadas, em meio a 1.720.756 quilômetros de malha rodoviária nacional. O levantamento também revela que 58,2% das rodovias têm alguma deficiência na pavimentação, sinalização ou geometria, sendo classificadas como regulares, ruins ou péssimas.
“O simulador de direção é um equipamento que colabora para que o motorista seja mais consciente de seu papel no trânsito, sendo ainda possível acompanhar o desempenho dos alunos em tempo real e monitorar a evolução de cada um. Além disso, essa experiência representa a oportunidade de aprender a utilizar de maneira mais racional o veículo, o que gera economia de combustível e redução de despesas com manutenção”, destaca a especialista em simuladores de direção e diretora de produtos da ProSimulador, Sheila Borges.
O simulador de direção voltado ao condutor de transporte de carga já é uma realidade no Serviço Social do Transporte e no Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST SENAT), que desde 2016 utiliza a ferramenta que pretende capacitar 50 mil motoristas profissionais nos próximos três anos. Nos cursos do órgão são prestadas orientações para a condução segura e econômica, sobre o uso de tecnologias embarcadas, entre outros temas.
O equipamento voltado ao transporte pesado atende motoristas com Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias C, D e E que trabalham com micro-ônibus, ônibus rígido urbano, rígido rodoviário, urbano articulado, urbano biarticulado, caminhão rígido com plataforma e baú, além de cavalo mecânico com um ou dois reboques. Conforme dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), dos 93,3 milhões de veículos em circulação no país, cerca de 6 milhões são de unidades com esses perfis.
Caminhões/ônibus e os acidentes
Entre 2010 e 2014, o Brasil teve crescimento de 15% no número de acidentes fatais envolvendo caminhões e ônibus (ficando atrás apenas das ocorrências registradas com ocupantes de motocicletas, que tiveram alta de 16% em igual período), de acordo com dados do DataSUS, do Ministério da Saúde, apresentados pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV). Considerando somente o estado de São Paulo, em 2016 foram 198 mortes decorrentes de acidentes envolvendo veículos pesados, segundo o INFOSIGA-SP – banco de dados que reúne informações sobre acidentes de trânsito e compõe o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, iniciativa do governo paulista que visa reduzir essas ocorrências no estado.