“Vacina” contra depressão? Já existe em Foz

A psicóloga Luziânia Medeiros acaba de trazer para Foz do Iguaçu o Método Friends. “Esse método é revolucionário! É como se tivessem encontrado a vacina para ansiedade e depressão,” comparou a psicóloga, mestre em Ensino de Ciências Naturais e Matemática

Única facilitadora autorizada, atualmente, a aplicar o método em Foz, ela falará sobre a técnica e os resultados do Friends numa palestra gratuita, no dia 22 de junho, às 19h30, no Espaço Educacional Neosynapsis (Edifício Caesar Tower. Av. Pedro Basso, 472, Jd. Polo Centro, sala 504). O evento é aberto à comunidade. 

O Método Friends

“A Psicologia sempre se preocupou em tratar doenças,” explica a psicóloga que frequentou a formação do Instituto Brasileiro de Inteligência Emocional e Social (IBIES), responsável pela regulamentação do Método Friends no Brasil. “Nas últimas duas décadas, começou um movimento, nos EUA, para estudar o que mantém a pessoa saudável. É a chamada Psicologia Positiva – uma das bases do Friends.” As outras duas são: a Psicologia Cognitivo-Comportamental e a Neurociência.

O objetivo do método é promover resiliência: “O termo foi emprestado da física. É a capacidade de alguns materiais de voltar ao estado original depois de sofrer certa pressão” exemplifica a psicóloga. “A Psicologia usa esse termo para retratar a habilidade que o ser humano tem de passar pelas adversidades da vida sem ‘quebrar’ psicologicamente.” Para os facilitadores do Método Friends, essa é uma capacidade possível de ser desenvolvida. “Usamos práticas que ensinam estratégias para enfrentar desafios e gerar soluções para problemas, trabalhando, por exemplo, com o conceito de coragem. Outro exemplo é a pessoa manter uma rotina de registros de gratidão, o que é considerado um grande remédio contra o estresse,” complementa. 

O método, criado pela doutora em Psicologia Paula Barrett, na década de 90, na Austrália, é aplicado em grupo. As pesquisas feitas por ela apontaram que foi possível chegar, com 12 encontros grupais, aos mesmos resultados alcançados em 20 encontros individuais. A explicação é que, em grupo, as pessoas se identificam umas com as outras, interagem e isso ajuda no processo de desenvolvimento humano e psicológico, com o apoio de um mediador – que é o facilitador do Método Friends. A idade mínima para participar é quatro anos.

 Traduzindo para o português, Método Friends significa “Método Amigos”. Cada letra indica o conjunto de habilidades socioemocionais desenvolvido ao longo do programa: “A” (atenção aos sentimentos), “M” (momento de relaxar), “I” (ideias que ajudam); “G” (gerar soluções); “O” (orgulhe-se do seu trabalho e esteja com sua rede de apoio) e “S” (sorria e lembre-se de ser corajoso).

Iguaçuenses aprovam o método

Em Foz do Iguaçu, a primeira turma do Método Friends, formada por crianças de oito a onze anos, está em andamento há cerca de um mês. No fim do terceiro encontro, os pais relataram: “Eu vejo que a minha filha está mais controlada. Ainda dá umas ‘explosões’, mas já começa a perceber quando vai se exaltar”, analisou Gilberto Yamamura, pai de Giovana, de 10 anos. “Isabela é mais quietinha”, disse a mãe da colega de 10 anos. “Está tendo mais autoconfiança quando vai falar. Melhorou até o tom de voz durante as apresentações da feira de ciências na escola.”

A psicóloga Luziânia Medeiros comemorou os relatos, mas não se surpreendeu: “Há técnicas que nos ajudam a desenvolver nossas habilidades emocionais. É isso que fazemos aqui. Treinamos! Mesmo que estejamos com medo, se falarmos com a voz firme e olhando no olho, isso já dá uma confiança maior.” Outra mãe emendou: “Em relação à minha filha, me preocupava a dificuldade que ela tem de dizer não. Ela é muito comunicativa e, às vezes, para agradar aos outros, se desagrada. Eu sou assim e sofro muito, quero que ela supere isso para ser feliz.” A filha, Rebeca, de 10 anos completou: “Aprendi aqui que posso falar ‘não’ e respeitar meus limites.”

A facilitadora do Método Friends em Foz também acompanhou a aplicação do método para quatro turmas: duas de crianças, uma de adolescentes e uma de adultos, na cidade de Palotina/PR, entre 2015 e 2016. “É oportuno e importante para qualquer fase da vida,” destacou a então Secretária Municipal de Educação, Judith Sendtko, de 50 anos, participante de uma das turmas. “Sou a mais velha da turma e isso é um reforço para as decisões da vida da gente.” Entre os adolescentes, Jaqueline de Sousa, de 15 anos, enxergou mudanças em si mesma: “Me ajudou bastante a treinar a flexibilidade, a ter mais calma. Aprendi o que é gratidão, aprendi a reconhecer meus erros, a enxergar mais o lado das outras pessoas.” A mãe de Jaqueline, Catarina de Sousa concordou: “Hoje ela consegue parar, pensar, ver quando ela está certa, quando está errada e isso foi muito bom pra ela e pra nós como família.”

Os depoimentos dos outros pais falam de filhos mais aptos a arriscar, a fazer amizades, a superar medos. “Antes, minha filha não comia frutas, nem carne, nem verduras. Agora está começando a entender que ela precisa comer. Ela também tem muito medo de tomar injeção e foi”, contou Leila Cipriano, mãe da Ana Carolina, de 9 anos. Nadia Coldebella, mãe da Estela, de 9 anos, destacou que antes a filha reagia no impulso. Agora, cria um plano para enfrentar os problemas. “Na minha vizinhança tem dois cachorros bem grandes, bravos,” relatou. “Toda vez que ela tinha que passar na frente do portão, saía correndo. Agora ela tem um plano: chega, faz cara de descaso para os cachorros e sai andando. Ela está enfrentando!”

Sinais

A estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que: de cada cinco crianças, uma tem ou terá algum problema emocional grave, como ansiedade ou depressão[1]. Alguns sinais podem ajudar os pais na identificação:

·         episódios repetitivos de medo e de tristeza;

·         dificuldade de lidar com emoções;

·         perda de interesse e prazer;

·         agitação;

·         falta de apetite;

·         alteração no sono;

·         isolamento;

·         dificuldade de fazer amigos.

 

Fonte: Com assessoria

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