Mulheres ganham até 33% menos que homens no setor automotivo

O portal Automotive Business divulgou ontem, durante o 1º Fórum Presença Feminina no Setor Automotivo, o resultado preliminar de uma pesquisa sobre a atuação da mulher nesta indústria, que movimenta 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O estudo concluiu, dentre outros pontos, que a remuneração das mulheres nas empresas do setor é inferior à dos homens, com desvantagem maior em cargos mais altos, em que elas recebem até 33,8% menos. Outro destaque do levantamento é que 87% das empresas participantes não contam com nenhuma mulher em cargos de vice-presidência ou presidência. Do total, 60% não têm mão de obra feminina nem mesmo em posições de diretoria.

Outra conclusão do estudo é de que o número de trabalhadoras na cadeia produtiva ainda é pequeno: 83% dos postos de trabalho são ocupados por pessoas do sexo masculino. Mas houve evolução, já que este porcentual era de 85% em 2013, com apenas 15% das vagas ocupadas por mulheres.

“Os dados indicam que, durante a crise, a participação feminina nas empresas automotivas teve leve evolução. Os motivos deste movimento não estão claros. Mas os salários, em geral, mais baixos pagos às mulheres podem ter garantido certa proteção aos seus empregos nesse período de contração do mercado. É possível ainda que mudanças culturais tenham contribuído para este cenário ou que o nível mais elevado de escolaridade das profissionais do sexo feminino fez a diferença”, avalia Paula Braga, diretora de Automotive Business e líder do projeto Presença Feminina no Setor Automotivo.

A faixa etária das mulheres com carreira na indústria automotiva também chama a atenção. Apenas 11% das mulheres que compõem o quadro de funcionários das empresas entrevistadas na pesquisa têm idade acima de 46 anos, enquanto a longevidade dos profissionais do sexo masculino nas companhias do setor é maior: 26% dos homens empregados no setor têm mais de 46 anos.

A pesquisa

Segundo Paula, o objetivo da pesquisa foi gerar conhecimento sobre a atual condição da mulher na indústria automotiva a fim de criar a oportunidade de discutir o assunto e refletir sobre caminhos que possam ser seguidos para promover empresas mais igualitárias. “O conteúdo gerado nos deu um suporte importante para uma discussão profunda e um direcionamento mais sólido”, diz Paula.

A pesquisa Presença Feminina no Setor Automotivo ouviu montadoras e fabricantes de autopeças para construir um retrato da cadeia produtiva desta indústria. O estudo recebeu 127 respostas – o que garante alta confiabilidade, já que o foco do levantamento estava em universo de 460 empresas.

“Os questionários foram respondidos por responsáveis pela área de Recursos Humanos das organizações”, comenta a diretora de Automotive Business. O conteúdo gerado durante as discussões do Fórum Presença Feminina no Setor Automotivo fará parte do relatório final da pesquisa, que será apresentado em março nas plataformas digitais da empresa.

O fórum contou com a participação de executivas do setor, como Solange Fusco, diretora de comunicação do Grupo Volvo, Neuraci Carvalho, diretora de negócios de motores da Cummins, e Ana Theresa Borsari, diretora geral da Peugeot, Citroën e DS.

Confira o estudo na íntegra em www.mulheresautomotivas.com.br

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